GELMAC VISITOU RESIDÊNCIA DA COMPANHIA DE JESUS

GELMAC VISITOU RESIDÊNCIA DA COMPANHIA DE JESUS

Celebrar a Terra com enfoque na “casa comum”

Cerca de 25 elementos do Grupo de Escuteiros Lusófonos de Macau, entre dirigentes, exploradores e pioneiros, assinalaram no passado sábado o Dia Mundial da Terra, com uma visita à Residência de Nossa Senhora de Fátima, casa dos sacerdotes da Companhia de Jesus em Macau.

A deslocação teve um propósito muito concreto: proporcionar aos jovens participantes um conhecimento mais aprofundado das circunstâncias que estão por detrás da actual crise ambiental, bem como familiarizá-los com as técnicas de compostagem adoptadas pela missão local da Companhia de Jesus.

As comemorações do Dia Mundial da Terra, que se assinala anualmente a 22 de Abril, estiveram este ano subordinadas ao tema “Planeta vs Plástico” e foi sobre a contaminação por plásticos que o padre Fernando Azpiroz, SJ, falou perante uma plateia atenta, antes de se propor dar uma nova vida a alguns dos resíduos que são mais comuns nas cozinhas dos lares do território.

«O objectivo desta actividade de duas horas foi, antes de mais, ajudar estes rapazes e raparigas a compreenderem o que está por detrás da corrente crise ambiental, e que é uma cultura e um estilo de vida dominados pela produção e pelo consumo, muitas vezes tendo por base recursos e mão-de-obra barata. A produção e o consumo desenfreados geram grandes quantidades de resíduos, que são responsáveis pela contaminação do solo, da água e do ar. A contaminação por plásticos é uma das mais significativas», argumentou o Superior dos Jesuítas em Macau.

Depois de explicar aos elementos do GELMac os riscos e as implicações associadas à contaminação por plásticos, o padre Azpiroz procurou demonstrar que até os detritos mais nocivos podem ter uma segunda utilidade depois de reciclados. «O que seriam, à partida, resíduos orgânicos deitados ao lixo, foi transformado em composto, cheio de bactérias benéficas e nutrientes. E o que era uma caixa de plástico, que também seria deitada ao lixo e transformada em resíduo tóxico, tornou-se um sistema, muito simples, mas muito eficaz, de auto-irrigação», explicou o sacerdote, acrescentando: «Os escuteiros trabalharam juntos, combinaram estes dois componentes para criar um mini-jardim de vegetais, que levaram para casa e que pode ser irrigado com as gotas que se soltam do aparelho de ar condicionado».

A iniciativa serviu também para dar a conhecer junto dos mais novos os fundamentos da doutrina ambiental da Igreja, tal como foi definida pelo Papa Francisco na encíclica Laudato Si’. «Na sua carta encíclica Laudato Si’, o Papa Francisco defende que a Terra não é algo que usamos e deitamos fora. É, isso sim, um sistema vivo que serve como a nossa casa comum. É o local de onde Deus criou todos e qualquer um de nós, em conjunto com outros organismos. É o irmão que nos protege e nos mantém vivos. Esta comunhão com a Terra e com a demais Criação é uma parte fundamental da nossa identidade humana e, ainda que as crianças não estejam necessariamente ao corrente dos ensinamentos do Papa, compreendem em absoluto que em cada uma das escolhas que fazem ao longo da vida estão a decidir se querem ser parte da solução ou se, em contrapartida, se querem tornar inimigas da Terra», defendeu o padre Azpiroz.

M.C.

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