Columbanos reafirmam compromisso com a China.
Uma missa solene de Acção de Graças, celebrada no passado dia 23 de Novembro, na catedral da Imaculada Conceição, em Hong Kong, encerrou as comemorações do centenário da Sociedade Missionária de São Columbano, uma congregação religiosa criada na Irlanda com o ambicioso desígnio de evangelizar a China.
A Eucaristia, celebrada no dia em que a Igreja Católica comemora a festa de São Columbano, foi presidida pelo bispo de Hong Kong, D. Michael Yeung, e teve como concelebrante o cardeal D. John Tong. Na cerimónia participaram vários sacerdotes diocesanos e ainda missionários de outras comunidades religiosas, explicou a’O CLARIM o novo director da Sociedade Missionária de São Columbano em Hong Kong.
O padre Tim Mulroy, que substituiu Kevin O’Neill em Setembro na liderança da congregação, disse que as celebrações do centenário serviram, sobretudo, para reafirmar o compromisso dos padres columbanos para com a evangelização do povo chinês. «A Sociedade Missionária de São Columbano foi fundada em 1918 com o propósito de evangelizar a China. Com a ascensão do Governo comunista, em 1949, fomos expulsos do País», recordou o sacerdote. «No entanto, a China nunca deixou de ser alvo do nosso interesse e na década de 1980 voltámos a estabelecer contactos com a Igreja na China. Os missionários columbanos continuam a nutrir um grande interesse pela China e pela Igreja na China. Queremos continuar a promover melhores relações entre os católicos e a China, mas também entre os católicos chineses e a Igreja noutros países», referiu o padre Tim Mulroy.
O novo líder da Sociedade Missionária de São Columbano na vizinha Região Administrativa Especial olha com esperança para o acordo recentemente anunciado entre a Santa Sé e Pequim. O padre Tim Mulroy considera que é necessário tempo e boa vontade, tanto por parte do Vaticano como da China, para que a Palavra de Deus chegue sem constrangimentos aos católicos chineses: «Ainda que saudemos o recente acordo e o vejamos como um sinal de esperança, reconhecemos que é necessário tempo e um esforço considerável de ambas as partes para que missionários de outros países possam conduzir livremente trabalhos de evangelização na China».
Um sinal da importância que os padres columbanos atribuem ao continente asiático e ao desígnio da evangelização da República Popular da China foi a transferência, há uma década, da sede internacional da Sociedade Missionária de São Columbano de Dublin para Hong Kong. «Entendemos que o nosso futuro está na bacia da Ásia-Pacífico. Muitas das nossas vocações têm origem na Igreja deste lado do mundo e é aqui que a nossa missão encontra propósito», sublinhou o padre Tim Mulroy. «Neste momento, em Hong Kong, há padres columbanos que trabalham com as comunidades migrantes e dão apoio à Legião de Maria», acrescentou ainda.
Cumpridos que estão cem anos, os desafios para os próximos cem passam por um reforço da evangelização, tendo em conta os desafios com que a Humanidade e o planeta se depararam. Preocupações como o ambiente ou a influência das novas tecnologias são aspectos que os columbanos se propõem abordar com o propósito de, entre outras missões, chegar ao coração dos mais jovens.
Marco Carvalho