Colégio de Santa Rosa de Lima recebe Encontro de Oração
A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, este ano centrada no tema “Crês nisso?”, vai ser assinalada em Macau com uma palestra e um Encontro de Oração. A iniciativa decorre no Colégio de Santa Rosa de Lima, estando agendada para o final da tarde de 18 de Janeiro, um dia depois do professor Francis Ching procurar explicar porque razão a unidade dos cristãos continua a ser um desígnio fundamental para a Igreja Católica.
O Colégio de Santa Rosa de Lima vai voltar a acolher a mais significativa das iniciativas que a diocese de Macau promove no âmbito da Semana de Oração pela Unidades dos Cristãos, efeméride que a Igreja Católica assinala tradicionalmente todos os anos, entre 18 e 25 de Janeiro. As instalações da Secção Chinesa da instituição de Ensino, situadas na Rua de Santa Clara, recebem ao final de tarde de sábado, 18 de Janeiro, um Encontro de Oração, promovido pela Diocese e por várias igrejas cristãs presentes no território. O bispo D. Stephen Lee deverá presidir à cerimónia, ao lado de representantes da confissão anglicana em Macau e de várias outras igrejas de matriz evangélica.
Um dia antes, a 17 de Janeiro, a Igreja Anglicana de São Marcos, na Rua de Pedro Nolasco da Silva, acolhe uma palestra sobre “diálogo ecuménico”. A iniciativa traz ao território Francis Yip Ching-wah, director e professor-associado da Colégio Chung Chee, a faculdade de teologia da Universidade Chinesa de Hong Kong.
Na prelecção, Francis Ching vai procurar explicar porque razão a unidade dos cristãos se mantém um desígnio fundamental para a Igreja Católica. A perspectiva de uma cristandade antecede, em grande medida, a própria edificação do corpo da Igreja e tem raízes, recorda o padre Daniel Ribeiro, na última oração proferida por Jesus Cristo antes de ser detido, no jardim de Getsêmani. «A última oração de Jesus é chamada de oração sacerdotal. No capítulo 17 do Evangelho de São João, entre os versículos 21 a 23, Jesus diz: “Pai Santo, não rogo somente por eles, mas também por aqueles que por sua palavra hão de crer em mim. Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste”», explica o vigário paroquial da Sé Catedral para a comunidade de língua portuguesa, acrescentando: «Jesus faz uma oração pela unidade daqueles que o iriam seguir. Este é um desejo muito forte de Jesus, para que aqueles que o seguissem fossem um. Na sua última oração, antes de ser detido, Jesus Cristo faz esta oração pela unidade dos cristãos».
O “Oitavário pela Unidade da Igreja”, actualmente celebrado com outra denominação, começou a ser celebrado em 1908, por iniciativa do norte-americano Paul Wattson, presbítero anglicano que posteriormente se converteu ao Catolicismo. A ideia favorece o regresso à unidade dos cristãos, quebrada no passado por cismas e rupturas, ao atropelo da própria vontade de Cristo, que idealizou uma Igreja una. «No começo a Igreja era una, com os apóstolos a agir em comunhão. Depois, principalmente com Martinho Lutero, em 1521, a Igreja acaba por se dividir e hoje subsistem muitas denominações religiosas. Este número enorme de denominações religiosas, esta divisão não é, seguramente, vontade de Cristo, uma vez que o próprio Jesus rezou pela unidade da Igreja», argumenta o padre Daniel.
Marco Carvalho