PARÓQUIA DA TAIPA ORGANIZA CONVÍVIO EM KÁ-HÓ

PARÓQUIA DA TAIPA ORGANIZA CONVÍVIO EM KÁ-HÓ, NO FINAL DO MÊS

Espaço “Hold On To Hope” é «aposta ganha em todos os sentidos»

Agora reabilitado, o espaço da Antiga Leprosaria de Ká-Hó recebe, no último Domingo do mês, a comunidade católica chinesa da paróquia de Nossa Senhora do Carmo para um convívio de preparação para a Páscoa. A iniciativa prevê uma visita às instalações da Associação de Reabilitação de Toxicodependentes de Macau. O projecto “Hold On To Hope”, diz Augusto Nogueira, ajudou a afastar o estigma associado à toxicodependência.

A comunidade católica chinesa da paróquia de Nossa Senhora do Carmo, na ilha da Taipa, vai promover no final do corrente mês, em Ká-Hó, um encontro de preparação para a Páscoa. A iniciativa, agendada para Domingo, 26 de Março, prevê a celebração de missa na igreja de Nossa Senhora das Dores, seguindo-se uma visita às instalações da Associação de Reabilitação de Toxicodependentes de Macau (ARTM), onde serão realizadas actividades de pintura para pais e filhos.

O espaço, concessionado pelo Instituto Cultural à organização presidida por Augusto Nogueira, tornou-se ao longo dos últimos dois anos um local muito procurado, tanto por famílias, como por organizações de vários quadrantes. Desde que foi inaugurada, no final de 2020, numa das casas da Antiga Leprosaria de Ká-Hó, a galeria “Hold On To Hope” já recebeu 21 exposições e incontáveis outras actividades. O projecto deu um contributo fundamental para que o trabalho desenvolvido pela ARTM começasse a ser visto pela população do território sob outro prisma. «O balanço que fazemos é bastante positivo, embora o ano passado tenha sido um ano diferente e particularmente difícil devido ao Covid-19. Mas é um balanço bastante positivo porque contamos sempre com a adesão das pessoas e dos próprios pacientes que estão no Centro, que se associaram a este programa de reinserção. Continua a ser um projecto bem entrosado, que ajudou a população a desenvolver uma percepção diferente sobre a toxicodependência», explicou Augusto Nogueira a’O CLARIM. «As pessoas sabem que o programa é gerido por pessoas em recuperação ou recuperadas e continuamos a ter muitas pessoas a frequentar o espaço e outras interessadas em expor os seus trabalhos. No fundo, ajudou a eliminar o estigma que as pessoas tinham sobre a toxicodependência e os toxicodependentes», acrescentou o presidente da ARTM.

O papel de gestor cultural de que o projecto “Hold On To Hope” investiu a ARTM começa a ser visto como um exemplo também por outras organizações da sociedade civil do território. Os dois espaços geridos pela organização – e as próprias instalações do Centro de Reabilitação da ARTM – são cada vez mais procurados por grupos organizados, sublinhou Augusto Nogueira: «Desta vez teremos a visita dos paroquianos de Nossa Senhora do Carmo, mas já recebemos a Cáritas e outras associações, por exemplo, de emigrantes filipinos. Este sábado vamos receber um grupo proveniente de Pequim. Temos tido vários grupos que vêm ter connosco e que depois visitam as nossas instalações».

A concluir, Augusto Nogueira referiu que «tanto o café como a galeria ajudaram os visitantes a perceber que as pessoas com problemas de toxicodependência são pessoas com capacidades. Por outro lado, ajudou os pacientes a assumir uma nova postura perante a vida, perante o trabalho e perante o dinheiro. Foi uma aposta ganha em todos os sentidos».

M.C.

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