Olhando em Redor

Não me choca nada o estado policial em Macau

Se há algo de bastante significativo a destacar no segundo mandato do nosso Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, é a crescente preocupação securitária existente em Macau. Honra seja feita ao secretário para a Segurança, Wong Sio Chak!

Percebe-se bem a preocupação de Pequim, dado que os ventos de Hong Kong poderão contagiar Macau, ficando o Poder Central com mais dois problemas internos para gerir. Embora saibamos muito bem que os ventos de independência não são apanágio das gentes de Macau, até mesmo das mais radicais. O que queremos aqui por estas bandas é qualidade de vida, justiça a sério, habitação condigna, saúde e pouco mais. Será pedir muito? Julgo que não.

Posto isto, não me choca nada o estado policial em Macau, desde que não haja pobreza no território, que cada cidadão tenha uma casa condigna para viver (não a preços exorbitantes), que o sistema de saúde seja manifestamente de boa qualidade e dê cabal resposta às necessidades da população, que os transportes públicos (sem excepção) sejam não-poluentes, que a traça urbana esteja em harmonia com o espaço envolvente, que todos nós tenhamos um salário condigno, que todos os idosos não passem por (desnecessárias) dificuldades financeiras, que a justiça não seja cega em “determinadas” circunstâncias e que não haja perseguições políticas. Caso estas premissas não estejam asseguradas, o estado policial só irá servir as elites e os poderes instituídos.

PEDRO DANIEL OLIVEIRA

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