Missionárias Dominicanas do Rosário celebram dupla efeméride

Escola da Sagrada Família comemora 60 anos.

Há sessenta anos a educar em Macau e há cem a procurar fazer o bem um pouco por todo o mundo. É esta a história das Missionárias Dominicanas do Rosário.

O ano de 2018 é um ano de celebração para a Escola da Sagrada Família e para a congregação religiosa responsável pela gestão do estabelecimento de ensino: a escola, situada na zona do bairro de San Kiu, completa este ano sessenta anos ao serviço da educação no território e a Congregação das Missionárias Dominicanas do Rosário um século de actividade missionária.

A Congregação foi fundada há cem anos pela beata Ascensión Nicol y Gõni, uma missionária espanhola que integrou durante 27 anos a Ordem Terceira Dominicana. Depois das ordens religiosas terem sido expulsas de Espanha durante o período republicano, Nicol y Gõni foi convidada por Rámon Zubieta, um bispo pertencente à Ordem de São Domingos para prestar serviço missionário na selva peruana. Na Amazónia, a fundadora da Congregação das Missionárias Dominicanas do Rosário encontrou uma nova vocação: evangelizar os mais pobres nas situações em que a intervenção da Igreja é mais necessitada.

Foi essa, de resto, a missão que norteou a fixação da Congregação em Macau, numa altura em que o território recebia milhares de refugiados provenientes da República Popular da China. Antes de gerirem a Escola da Sagrada Família, as Missionárias Dominicanas do Rosário já tomavam conta de uma clínica e de uma casa de repouso no então enclave administrado por Portugal: «Na época éramos apenas doze irmãs e recebíamos dezenas de pobres na clínica. Como não tenho conhecimentos de medicina, assumia apenas a função de tradutora entre os pacientes e as freiras espanholas. Elas sim, tinham formação em medicina e em enfermagem», explicou a’O CLARIM a irmã Maria Camino Kong.

Para além de oferecerem cuidados médicos, as Missionárias Dominicanas do Rosário tomavam ainda conta de crianças e de idosos, na casa de repouso que operava no segundo andar da clínica e que funcionava também como centro de evangelização: «Vivia em Macau um padre muito generoso que nos dava alimentos como leite, azeite, sal ou bolachas, para que distribuíssemos pelas pessoas que ajudávamos. Para receber os alimentos os interessados tinham que assistir à catequese», lembrou Trinidad Chan, outra das irmãs missionárias radicadas em Macau.

A ideia de criar a Escola da Sagrada da Família surgiu em 1958, mas só em 1959 é que o Jardim de Infância começou a operar. Quatro anos depois, em 1963, a Congregação das Missionárias Dominicanas do Rosário começou a leccionar também os dois primeiros anos do Ensino Primário e em 1966 a escola expandiu-se pela primeira vez, com a construção de um novo edifício com salas de aula espalhadas por cinco andares. Um terceiro edifício foi adicionado ao complexo cinco anos depois, em 1971. A escola é dirigida pela irmã Cecília Lam Sok Wa desde 1991.

Jasmin Yiu/Marco Carvalho

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