Sem Gruta nem Bela Vista
Dois dos momentos-chave das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas em Macau – a romagem à Gruta de Camões e a recepção na Residência Consular – não se vão realizar este ano, por recomendação da Direcção dos Serviços de Saúde. A informação foi ontem avançada por Paulo Cunha Alves, na conferência de Imprensa de apresentação do programa da edição de 2020 do “Junho, Mês de Portugal”.
Romagem à Gruta de Camões cancelada, recepção à comunidade riscada dos planos do Consulado-Geral e cerimónia do içar da bandeira antecipada em meia hora. Em época de pandemia, as comemorações protocolares do 10 de Junho em Macau vão estar este ano reduzidas a um único evento: o hastear da bandeira no jardim da chancelaria do Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong. «Infelizmente este ano, devido ao contexto de pandemia, não vai ser possível organizar a habitual romagem à Gruta de Camões e o mesmo acontece com a recepção à comunidade na Residência Consular», anunciou Paulo Cunha Alves, durante a cerimónia de apresentação da edição de 2020 da iniciativa “Junho, Mês de Portugal”. «Esta decisão vai, obviamente, ao encontro das medidas de contingência adoptadas pelas autoridades locais, no sentido de evitar multidões, respeitando as indicações das autoridades de saúde da RAEM», acrescentou o diplomata.
Com início marcado para as 9:00 horas do dia 10 de Junho, meia hora antes do que é habitual, a cerimónia do hastear da bandeira também deverá obrigar à adopção de procedimentos especiais, ainda que as autoridades consulares não estejam a ponderar limitações ao número de pessoas presentes. «Vamos pedir às pessoas que mantenham alguma distância física. O jardim da chancelaria é grande e o número de pessoas que assistem à cerimónia nunca é muito elevado, pelo que acredito que teremos capacidade de gerir a situação», disse Cunha Alves. «De qualquer forma, os procedimentos que tencionamos adoptar são semelhantes aos que já estão em vigor nesta altura», referiu.
O surto epidémico do Covid-19 e as medidas de contingência adoptadas um pouco por todo o mundo reflectem-se também no cartaz da edição de 2020 da iniciativa “Junho, Mês de Portugal”, que decorre entre 4 e 28 de Junho e agrega uma dezena de actividades em campos como a pintura, o cinema, a música, a literatura, a poesia ou o teatro de marionetas. Excepção feita às parcerias no campo da sétima arte assinadas com o “Festival Indie Lisboa” e o “New York Portuguese Short Film Festival”, as iniciativas que integram o cartaz do “Junho, Mês de Portugal” têm por protagonistas artistas e intervenientes radicados no território.
Organizado pelo Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, em parceria com a Fundação Oriente, o Instituto Português do Oriente e a Casa de Portugal em Macau, o “Junho, Mês de Portugal” arranca a 4 de Junho, com a inauguração de uma exposição do arquitecto Adalberto Tenreiro, na chancelaria do Consulado-Geral. A mostra permanece aberta ao público até 10 de Julho.
Marco Carvalho