PROCISSÃO DO 13 DE OUTUBRO EM RISCO

PROCISSÃO DO 13 DE OUTUBRO EM RISCO

Centenas procuraram ajuda na paróquia de Nossa Senhora de Fátima

Cerca de meio milhar de trabalhadores não-residentes que perderam o emprego devido ao novo coronavírus procuraram ajuda junto dos responsáveis pela paróquia de Nossa Senhora de Fátima, na zona norte da cidade.

A informação foi transmitida a’O CLARIM pelo padre José Angel, a quem a direcção espiritual da paróquia está entregue há vários anos. O sacerdote mexicano disse que os filipinos, indonésios e vietnamitas estão entre os mais afectados pela pandemia, mas há outras comunidades com menor visibilidade que se encontram também em situação de grande vulnerabilidade económica. «Na paróquia de Nossa Senhora de Fátima, o coronavírus custou o emprego a muita gente. Só vietnamitas foram quase duzentos, da Indonésia cerca de 250 e filipinos foram muitos mais. Trabalhavam para casinos e hotéis, mas também há muitas trabalhadoras domésticas entre os afectados», referiu o pároco. «Mas há também muitas pessoas da Colômbia e de outros países da América Latina. Trabalhavam como músicos, artistas e dançarinos nos hotéis e nos casinos, e viram os contratos de trabalho serem terminados pelas entidades empregadoras», acrescentou o padre José Angel.

Graças à mobilização dos paroquianos, foram distribuídos mais de cem cabazes de ajuda por aqueles que se encontram numa situação de maior fragilidade económica. «Distribuímos sobretudo alimentos. Já oferecemos arroz, óleo e alguns cupões a vários pessoas. Distribuímos mais de uma centena de cabazes e cupões por uma ocasião e, por outra vez, também distribuímos algum leite», explicou, tendo adiantado: «Estes bens foram oferecidos por alguns dos nossos paroquianos, que se mostraram disponíveis para ajudar».

As consequências do novo coronavírus não se ficaram apenas pelo impacto social. A exemplo do que sucedeu nas restantes igrejas do território, a igreja de Nossa Senhora de Fátima esteve, ao longo dos últimos quatro meses, praticamente de portas fechadas, sendo que as repercussões da pandemia deverão continuar a fazer-se sentir, obrigando os responsáveis pela paróquia a reequacionar a forma como vai ser celebrada uma das datas mais significativas do ano. «Na nossa paróquia, a Festa de Nossa Senhora de Fátima é celebrada a 13 de Outubro, dia em que também organizamos uma procissão. Já tivemos uma reunião com o propósito de perceber de que forma vamos celebrar a última aparição, a 13 de Outubro. Estamos conscientes de que as regras mudaram. Pedimos ao Governo autorização para realizar a procissão, mas já sabemos que, quase de certeza, não vai ser autorizada», revelou o pároco. «Estamos, por isso, a tentar conceber um forma diferente de celebrar a nossa festa. Esta também é uma das dimensões em que a nossa pastoral foi afectada», concluiu o padre José Angel.

Marco Carvalho

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