O que significa a Igreja ser Católica?
O termo “Católico” vem do adjectivo grego καθολικός (katholikos), que significa “universal”, abrangente. O termo foi usado pela primeira vez (talvez) no ano 107 depois de Cristo, por um dos Pais da Igreja, Santo Inácio de Antioquia, na sua Carta aos Esmirniotas. Este santo é mencionado no Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (CCIC), no ponto 166: “A Igreja é católica, isto é, universal, porque nela está presente Cristo: ‘Onde está Cristo Jesus, aí está a Igreja católica’ (Santo Inácio de Antioquia)”. O mesmo ponto do CCIC enumera três razões porque a Igreja é denominada católica ou universal: “[1] Ela anuncia a totalidade e a integridade da fé; [2] leva e administra a plenitude dos meios de salvação; [3] é enviada em missão a todos os povos, em todos os tempos e qualquer que seja a cultura a que eles pertençam”.
Em relação à primeira razão, a Igreja ensina tudo o que o Senhor Jesus Cristo ensinou sobre Deus; sobre nós próprios e o mundo; sobre como podemos ser salvos e ser santos. A Igreja pode fazê-lo porque possui a riqueza da Tradição Apostólica, que recebeu directamente de Jesus Cristo. A Tradição Apostólica é baseada nas Sagradas Escrituras e na Sagrada Tradição (ver TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ, números 17 e 23) e é confiada ao Magistério da Igreja (ver TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ, nº 24).
Quanto à segunda razão, Jesus Cristo confiou os Sacramentos para a nossa santificação, tendo-os entregado à Igreja. Ele confiou, particularmente à Igreja, o Seu Sacratíssimo Corpo e Sangue, o qual Se faz presente no sacrifício que nos redime e repetidamente em cada missa.
Todas as graças de que precisamos para alcançarmos o Paraíso podem ser encontradas na Igreja Católica. Tal como a Igreja ensina, tudo o que precisamos de saber, todas as fontes de graça e fortalecimento, e todas as coisas boas e santas, não se encontram em mais nenhuma outra religião que não na Igreja Católica. Esta é como uma loja universal. A Igreja Católica tudo oferece, a quem dela humildemente se aproxima para a servir.
Por último, no que respeita ao terceiro ponto, todos os homens estão abrangidos pela acção da Igreja. Numa linguagem meramente económica, o Homem é o “mercado alvo” da Igreja. O CCIC (nº 172) explica-o: “Porque Cristo ordenou: «ide e ensinai todas as nações, baptizando-as no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo» (Mt., 28,19). Este mandato missionário do Senhor tem a sua fonte no amor eterno de Deus, que enviou o seu Filho e o seu Espírito porque «quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade» (1 Tim., 2, 4)”.
No entanto, esta explicação sobre a natureza da Igreja Católica também dita que qualquer membro da Igreja, seja ele o Papa, um bispo, um padre, um religioso ou leigo, esteja saudável ou doente, seja jovem ou velho, rico ou pobre, tem uma missão. A missão também é “católica” neste sentido. Daí que o CCIC (nº 173) nos ensine: “Guiada pelo Espírito Santo, a Igreja continua no curso da história a missão do próprio Cristo. Os cristãos portanto devem anunciar a todos a Boa Nova trazida por Cristo, seguindo o seu caminho, dispostos também ao sacrifício de si mesmos até ao martírio”.
Pe. José Mario Mandía
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