MENSAGEM DE NATAL DO BISPO D. STEPHEN LEE BUN-SANG PARA 2023

MENSAGEM DE NATAL DO BISPO D. STEPHEN LEE BUN-SANG PARA 2023

“Reunidos pelo chamamento”

Queridos irmãos e irmãs,

«“E virá uma época”, declara o Senhor, “em que levantarei da linhagem de David um Renovo Justo, um rei que reinará com sabedoria e fará o que é justo e correcto na terra. Nos seus dias, Judá será salva, Israel viverá em segurança, e este é o nome pelo qual será conhecido: ‘O SENHOR é a nossa justiça’”» (Jeremias 23, 5-6).

Em cada Natal, celebramos com reverência o nascimento do nosso Salvador, Jesus Cristo. Ao mesmo tempo, todos os anos, no meio do trauma e da esperança, dos desafios e das realizações do mundo, há frequentemente um novo despertar de indivíduos e organizações que respondem ao chamamento e à missão que Deus confiou a cada um de nós. Este ano estamos especialmente atentos àqueles que, no meio da guerra, no meio da doença, no meio do desemprego e no meio da dor pela perda de um ente querido, não conseguem celebrar o Natal com os seus entes queridos, embora deva fazê-lo ainda assim.

Sendo este o Ano Diocesano das Vocações, lembro-me particularmente do tema referido pelo Papa Francisco na sua Mensagem para o 60º Dia Mundial de Oração pelas Vocações deste ano: “A vocação é ao mesmo tempo uma graça e uma missão”. Devemos compreender que o chamamento do Senhor é uma graça, um dom gratuito e, ao mesmo tempo, o compromisso de estendermos a mão e anunciarmos o Evangelho no mundo, de testificá-lo… Um crente cristão, sob a exortação do Espírito Santo, deve sentir pelas pessoas marginalizadas e pelas que vivem em dificuldades. Deve ter sempre presente que a missão da Igreja é obra de Deus e não depende apenas da capacidade pessoal, mas do trabalho realizado com os nossos irmãos e irmãs na comunhão da Igreja e sob a orientação dos pastores da Igreja, porque Ele quer que vivamos com Ele uma comunhão de amor – este sempre foi e sempre será o sonho de Deus.

Para o Advento deste ano, a Diocese seleccionou para visualização e discussão três filmes que desafiam a injustiça social, a perda da dignidade humana e a vacilação de ideais: Diário de um Adolescente, Debaixo do Sol e Vozes da Liberdade. Lembre-se de que o Messias veio para salvar o Seu povo dos seus pecados. Portanto, como cristãos, todos partilhamos a missão comum de testemunhar com alegria, em diferentes situações, em palavras e acções, a experiência de Jesus connosco e na Sua comunidade, a Igreja. Traduzimo-lo em acções concretas com obras de misericórdia espirituais e corporais, defendemos um estilo de vida gentil que acolha os outros e expresse cuidado, compaixão e ternura, nadando assim contra a corrente de uma cultura descartável e apática. Se formos como o bom samaritano, seremos vizinhos de todos.

Convido-vos a meditar sobre o nascimento de Jesus Cristo na manjedoura: a vocação é um dom e uma missão, fonte de vida nova e verdadeira alegria. Que a temporada de encontros de oração e as actividades deste Ano Vocacional fortaleçam a consciência vocacional nas famílias, nas comunidades paroquiais, nas comunidades de vida consagrada, assim como nas organizações de caridade e nos movimentos eclesiais, para que o Espírito Santo nos desperte da nossa preguiça.

Finalmente, também este ano, a Diocese acolhe vocações ao Diaconado e ao Sacerdócio. Aguardo ansiosamente as vossas orações e ver mais rapazes e raparigas responderem às suas vocações. Dentro da Igreja, tanto homens como mulheres, servimos de acordo com as nossas vocações, carismas e missões. A vocação à doacção, que cada um de nós recebe do amor, desenvolve-se e materializa-se desta forma. Em particular, os homens e as mulheres na vida consagrada dedicam-se a Deus pelos seus irmãos e ao papel de profetas para o Reino de Deus, enquanto a quem recebe o Sacramento da Ordem é confiado o serviço da evangelização, da oração e do compromisso na comunhão do Povo de Deus. Na Igreja, a verdadeira natureza e riqueza de cada vocação só pode ser revelada se estiver ligada a todas as outras vocações. Desta forma, a Igreja é uma sinfonia de vocações, onde todas as diferentes vocações estão unidas, cada uma a seu modo e em harmonia, e estão ligadas entre si para fazer brilhar no mundo a luz da vida nova do Reino de Deus, isto é, a luz do nascimento do Menino Jesus na manjedoura.

Que o Natal e a chegada do Ano Novo tragam ao mundo o que diz o Salmo 72, 7: «Nos seus dias floresça a justiça e grande paz, até não mais haver lua!».

A todos, desejo um Natal e Ano Novo cheio de graça e paz.

+ Stephen Lee Bun-sang

Diocese Católica de Macau

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