Que diálogo com a China no mundo pós-Covid?

INICIATIVA ORGANIZADA PELO INSTITUTO RICCI TERMINA AMANHÃ

Que diálogo com a China no mundo pós-Covid?

Subordinado ao tema “Diálogo com a China e a Disrupção Pandémica”, o simpósio anual organizado pelo Instituto Ricci de Macau (IRM) teve ontem início, com uma sessão que discutiu o contributo do Confucionismo para o diálogo cultural. A “mesa redonda” contou com os contributos de Thierry Meynard, professor da Faculdade de Filosofia da Universidade Sun Yat-sen, de Cantão; de Anna Mahajar Barducci, investigadora do Middle East Media Research Institute, de Washington; e de Edmond Eh e Cristina Lu, docentes da Universidade de São José.

Esta tarde, o simpósio volta a discutir as nuances do diálogo intercultural, desta feita na perspectiva do contributo do pensamento ocidental.

O propósito do IRM, assegurou o director do organismo, não é meramente comparar o contributo das diferentes abordagens, mas sobretudo contribuir para que certos preconceitos e ideias fixas sobre a China e a cultura chinesa sejam ultrapassados. «O grande desafio do simpósio é, antes de mais, o de encarar com grande seriedade as diferentes abordagens ao diálogo entre o Ocidente e a China. No entanto, sendo o mais importante evento promovido pelo Instituto Ricci de Macau, o simpósio foi também concebido como um incentivo para que sejam ultrapassadas certas ideias fixas e certos preconceitos», sublinhou o padre Stephan Rothlin. «Encarámos este simpósio como uma oportunidade única de aprendizagem mútua, envolvendo os investigadores mais dedicados e os nossos parceiros no Instituto Ricci. Consideramos que este é um momento-chave, uma vez que junta a família alargada do Instituto Ricci de Macau e da Universidade de São José que se dedica a este tipo de investigação e diálogo», complementou o sacerdote.

Nas duas sessões previstas para esta tarde participam académicos e investigadores como Cynthia Pon, do Centro para os Estudos Católicos da Universidade de Hong Kong; Roderick O’Brien, da Universidade da Austrália do Sul; os italianos Francesco Vossila e Alessandro Andreini, da Associação Giuseppe Castiglione; ou o professor Anton Jamnik, da Universidade de Ljubljana (Eslovénia).

O simpósio anual do IRM termina amanhã com um painel focado nos desafios com que a pandemia de Covid-19 brindou Macau e um debate final sobre os desafios que se colocam ao aprofundamento do diálogo entre a China e o resto do mundo. O principal – no entender do padre Stephan Rothlin – é manter a abertura de espírito para aceitar e compreender a diferença. «Necessitamos de estar mais atentos do que nunca para manter uma abordagem iluminada à via do diálogo, em particular quando confrontados com os conflitos armados com que nos deparamos. Parece-me evidente o quão importante se tornou o papel da China neste momento, até para prevenir o flagelo de eventuais ataques nucleares. Também necessitamos de muita mais tolerância, de compreender todas as nuances, de modo a aceitar as diferentes formas de lidar com a pandemia, uma vez que a China e Macau se mantêm adstritos à política de Covid zero e essa política difere radicalmente do resto do mundo», concluiu.

M.C.

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