Jesuítas passaram por Macau.
A ante-estreia em Portugal do filme “Silêncio”, do realizador Martin Scorsese, contou ontem com a presença do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, e do antigo chefe de Estado António Ramalho Eanes.
No Centro Cultural de Belém estiveram ainda o núncio apostólico em Portugal, Rino Passigato, o cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, o secretário do núncio apostólico, Andrea Piccioni, e o vigário regional do Opus Dei em Portugal, padre José Rafael Espírito Santo.
O filme, que o realizador norte-americano esperou quase vinte anos para concretizar, conta a viagem de dois missionários jesuítas portugueses – Sebastião Rodrigues (Andrew Garfield) e Francisco Garupe (Adam Driver) – de Macau para o Japão, no século XVII, em busca do mentor, o padre Cristóvão Ferreira (Liam Nesson), para confirmar se o jesuíta, perseguido e torturado pelas autoridades japonesas, renunciou à fé cristã.
Em território nipónico, sob o xogunato de Tokugawa Ieyasu, que baniu o Catolicismo e quase todo o contacto com os estrangeiros, os dois jovens religiosos testemunham a perseguição dos japoneses cristãos pelas autoridades.
O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, o secretário de Estado da Cultura, Miguel Honrado, a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Teresa Ribeiro, e o ex-vice-Primeiro-Ministro Paulo Portas também assistiram à ante-estreia de “Silêncio”, além de vários deputados portugueses.
A estreia, no dia 19 deste mês, vai ser acompanhada por várias iniciativas para debater o papel dos jesuítas em Portugal e no mundo, a perseguição religiosa, as relações entre Portugal e o Japão, a arte e a religião, de acordo com uma nota da organização do programa, desenvolvido em cooperação com a Companhia de Jesus.
O filme de Scorsese baseia-se no romance homónimo do japonês Shusaku Endo, publicado em 1966.