Arquitecto Luis Nagy (1934-2018)

Faleceu o pai da igreja de São José Operário.

O arquitecto Luis Tomás Piñeiro Nagy faleceu no passado dia 4 de Maio, vítima de doença prolongada, no hospital de Cascais, em Portugal. Tinha 83 anos de idade.

Nascido a 24 de Junho de 1934, era natural de Lisboa. Licenciou-se em arquitectura na Escola Superior de Bela-Artes de Lisboa (actual Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa). Esteve em Macau entre 1983 e 2000, tendo assinado trabalhos para o Governo, Diocese e sector privado.

Entre 1983 e 1988 esteve à frente do gabinete de arquitectura da empresa de construção SOMEC. Em 1990 abriu o seu próprio gabinete de arquitectura, com o nome de “NAYPH, Arquitectos Associados”. Foi responsável pelo projecto de construção dos mercados de Iao Hon e de São Domingos, e pela remodelação e ampliação do Palácio do Governo na Praia Grande (1983), entre outras intervenções.

Foi consultor e arquitecto da diocese de Macau. Fez o levantamento topográfico, com planta e alçados, das igrejas de São Domingos, São Francisco Xavier, São Lourenço, São Lázaro, Carmo e de Santo António, bem como do Seminário de São José (e respectiva igreja), igreja e residência da Penha, Asilo do Carmo e da capela de Ká-Hó.

Liderou os projectos de remodelação e ampliação do Paço Episcopal, de restauro da Sé Catedral e do edifício do Cartório da Sé (1993), para além dos projectos de remodelação do Centro Católico de Macau (1987) e da construção da igreja de São José Operário (1997), a última igreja católica construída durante a Administração Portuguesa.

Inaugurada a 30 de Abril de 1999, a igreja de São José Operário tem o interior projectado segundo as orientações do Concílio Vaticano II. «Este templo, devido à sua forma com a fachada virada para China, assemelha-se a dois braços abertos com uma atitude de acolhimento para a multidão de chineses que venham a encontrar e conhecer Cristo», disse a’O CLARIM Marta Nagy, filha de Luis Nagy.

Em 1996 o pai foi responsável pela primeira comunidade neocatecumenal de Macau, então maioritariamente constituída por membros da comunidade portuguesa. Segundo o arquitecto Francisco Vizeu Pinheiro, Luis Nagy era um homem com uma personalidade muito forte. «Conheci-o durante muito pouco tempo, era já sexagenário. Era de origem espanhola [da parte do pai] e tinha influência húngara [e croata da parte da mãe]. Deixou a sua marca nos trabalhos da Diocese, como por exemplo na igreja de São Domingos e no estudo de reabilitação do Seminário de São José», referiu Vizeu Pinheiro.

Luis Nagy tinha nacionalidade espanhola.

PEDRO DANIEL OLIVEIRA

pedrodanielhk@hotmail.com

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