Escritores, livros e exposições em nome do poeta.
O jornal Hoje Macau, dirigido por Carlos Morais José, organiza entre meados de Agosto e o final do corrente ano as “Celebrações dos 150 anos de Camilo Pessanha”. Conversas com escritores, lançamento de livros, exposições e participação de instituições locais são algumas iniciativas que constam do programa.
«Há um convite do jornal aos seus colaboradores, nomeadamente de Portugal e de Moçambique, para virem a Macau participar nestas celebrações, que têm o seu pico na semana de 1 a 7 de Setembro, data do aniversário de Camilo Pessanha», disse Carlos Morais José a’O CLARIM.
«Pretendo que se fale da obra e da figura do cidadão e poeta de Macau. Há portanto uma ligação à cidade», referiu o também escritor, confirmando a presença de António de Castro Caeiro, Paulo José Miranda, Amélia Vieira, João Paulo Cotrim, António Falcão, Valério Romão, Rui Cascais, Anabela Canas, António Cabrita, Pedro Barreiros e Graça Jorge. Alguns deles vão lançar livros no território, porque segundo Carlos Morais José «também interessa falar do presente», dado que «celebrar o poeta é celebrar a poesia e o que se passa hoje».
O director do Hoje Macau convidou também várias instituições locais para se associarem à efeméride, organizando, à sua maneira, actividades evocativas de Camilo Pessanha. O Albergue Santa Casa da Misericórdia, a Casa de Portugal em Macau, a ADM e a APOMAC são algumas instituições já confirmadas.
Está prevista uma exposição com quadros de vários artistas de Portugal e de Macau em que o poeta será de algum modo retratado. «Para estas celebrações há um projecto de arte pública muito interessante, com assinatura de Carlos Marreiros», adiantou Carlos Morais José, sem revelar muito sobre o assunto.
No seu entender, Camilo Pessanha «é um dos poetas mais importantes da Língua Portuguesa do século XX», uma figura que «foi sempre reconhecida pelos seus contemporâneos, tais como Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro, assim como pelos que vieram a seguir».
«Por causa disso, tem grande importância para Macau. Obviamente que a actual comunidade portuguesa [do território] tem que ter um papel de realce em valorizar os seus melhores», sustentou, acrescentando que «é preciso fazer de Camilo Pessanha um grande poeta de Macau», visto que «ele é o grande poeta de Macau, independentemente de ser chinês, português ou de outra nacionalidade». Camilo Pessanha nasceu em Coimbra (Portugal) em 1867 e faleceu em Macau, aos 58 anos, em 1926.
PEDRO DANIEL OLIVEIRA
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