PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DA PARÓQUIA DE SAN ROQUE, EM CALOOCAN CITY, NAS FILIPINAS

PADRE JULIUS SOCORRO, SCJ, FALA SOBRE O PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DA PARÓQUIA DE SAN ROQUE, EM CALOOCAN CITY, NAS FILIPINAS

«Estas pessoas são uma bênção de Deus porque nos transformam»

O padre Julius Socorro, SCJ, é um jovem sacerdote filipino, nascido em Mindanao, hoje ao serviço da paróquia de San Roque, em Caloocan City, nas Filipinas. Nesta paróquia decorre um programa social direccionado para idosos, acamados e crianças pobres. A todos estes são asseguradas refeições, seis dias por semana, mais precisamente, pequeno almoço e almoço. Neste momento, 310 pessoas estão inscritas no programa.

O CLARIM– Padre Julius, qual foi a motivação da Paróquia para implementar este programa?

PADRE JULIUS SOCORRO –Há muitas pessoas muito pobres e há crianças e idosos que correm risco de desnutrição e fome. A nossa comunidade viu que era preciso colmatar estas necessidade e conseguimos a ajuda de uma empresa que nos apoia com fundos.

CL– Quando começou esta iniciativa?

P.J.S. –Este projecto começou há onze anos, quando o padre Jerry Sheehy [SCJ], à época, conseguiu arranjar alguns benfeitores no estrangeiro. Começámos por ajudar algumas pessoas e depois também vimos que muitos idosos e crianças precisavam muito de comida.

CL– Como conseguem alimentar tanta gente?

P.J.S. –Organizamos o ministério com voluntários e organizadores. Eles compram a comida, cozinham e distribuem aos idosos e acamados. São cinco cozinheiras e oito pessoas que ajudam na alimentação das crianças e dos idosos que chegam à nossa freguesia. Temos dez organizadores e catorze líderes que distribuem os alimentos a quem não pode vir à Paróquia; estou a referir-me aos acamados e a alguns idosos. Todas estas pessoas são incríveis! Fazem este serviço de forma gratuita, seis dias por semana.

CL– Estes leigos tiveram alguma formação para efectuar este trabalho?

P.J.S. –Todos os sábados realizamos uma reunião com todos os voluntários e celebramos Missa com eles. Antes da pandemia tínhamos Missa todos os dias, menos ao Domingo. Esta é uma forma de manter vivo o Evangelho em todos os voluntários, em todos aqueles que servem quem necessita, e de os manter motivados pelo Coração de Jesus.

CL– Por que a vossa comunidade exerce este tipo de ministério?

P.J.S. –Nós, Sacerdotes do Sagrado Coração, somos a ponte entre os que têm mais e os que têm pouco ou nada. A nossa tarefa é organizar os voluntários e manter o projecto a funcionar. Sem os nossos benfeitores, a Paróquia não poderia sustentar este ministério. Podemos dar pouco, mas ainda assim manter este serviço durante tantos anos implica muito dinheiro. Nós, os dehonianos – o padre Leo Dehon [SCJ] é o nosso fundador – somos movidos pela Misericórdia do Coração de Cristo que ama os pobres e abandonados.

CL– Que motivação espiritual sente, na qualidade de jovem sacerdote do Sagrado Coração de Jesus, para realizar este serviço de apoio aos pobres e de que forma o contacto com os seus sofrimentos o afecta?

P.J.S. –Pela generosidade do Senhor, pela mão carinhosa da Igreja, sou nutrido espiritualmente e materialmente. Desejo que esta experiência seja incorporada por meio do meu humilde serviço. Ser um instrumento para responder às necessidades espirituais e materiais dos nossos vizinhos é um dos objectivos estabelecidos pelos dehonianos e como a Igreja [Católica] geralmente funciona. Posso não ser a resposta directa para o sofrimento deles, mas ser um dos canais d’Ele já é uma benção. Ao mantermos vivo o canal da esperança, mantemos de forma significativa a linha vital da obra de Cristo.Ao cuidar destas pessoas por muitos anos, o meu voto de pobreza fica ainda mais vivo. Torna-me mais desapegado dos bens materiais e mais generoso na minha pequenez. Considero estas pessoas uma bênção, pois quanto mais emerjo com eles, mais me transformo sob a bênção de Deus. Às vezes digo que são a terapia para os corações mornos.

Pe. Eduardo Emilio Agüero, SCJ

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