Ligaya Acosta, Directora Regional da “Vida Humana Internacional para a Ásia-Pacífico”

«Preservativos e pílulas podem matar»

Ávida defensora da contracepção e do controlo populacional durante mais de duas décadas, Ligaya Acosta deparou-se com uma realidade dura e crua que a fez dar uma reviravolta de 180 graus no que sempre acreditou: os preservativos e as pílulas podem matar. Em entrevista a’O CLARIM, a directora regional da organização “Vida Humana Internacional para a Ásia-Pacífico” fala sobre a manipulação de valores num mundo cada vez mais consumista e aponta as razões para a chamada “cultura da morte”.

O CLARIMÉ doutorada em Gestão e tirou bacharelatos em Direito e Serviços Sociais. Costuma lidar com que tipo de problemas?

LIGAYA ACOSTA – Lido com tudo o que esteja relacionado com a vida de fé e família, nas áreas do casamento como alicerce da civilização, que incluem as questões relacionadas com o sexo antes do casamento, a contracepção e o planeamento familiar, entre outras.

CLA Igreja Católica não é favorável ao uso de contraceptivos. Qual a sua posição?

L.A. – Sou católica e sigo os ensinamentos da Bíblia. Gostaria de dizer que tive outra forma de estar durante mais de 28 anos da minha vida, pois fui uma ávida defensora dos contraceptivos e uma crente acérrima do controlo populacional, até conhecer a verdade…

CLQue foi?

L.A. – Em 2004 fui praticamente compelida a aceitar a designação do Planeamento Familiar Natural no Ministério da Saúde do meu país [Filipinas]. Foi então que descobri que os contraceptivos não são seguros, porque podem matar ou causar efeitos secundários horríveis.

CLPode concretizar?

L.A. – Refiro-me ao cancro da mama, ao cancro cervical e ao cancro do fígado para as mulheres que tomam a pílula e usam o DIU [dispositivo intra-uterino] e a depo-provera [solução injectável que previne a gravidez até três meses por cada injecção]. Quanto aos preservativos, cujo uso também apoiei durante muito tempo quando estava no Ministério da Saúde, posso dizer que não são muito seguros, porque embora não causem cancro são os que têm menor eficácia em termos de contracepção.

CLDiz-se que os preservativos previnem o contágio de doenças sexualmente transmissíveis…

L.A. – Há evidências científicas que apontam o contrário. Se olharmos para os preservativos através de um microscópio electrónico encontramos buracos, muitos deles suficientemente grandes para a passagem de esperma. Por isso, como contraceptivo, o preservativo tem a maior taxa de insucesso, entre 15% e 30%.

CLEstarão as pessoas desinformadas?

L.A. – No mundo actual, onde os jovens usam preservativos para prevenir a contração de SIDA, ou doenças sexualmente transmissíveis, as pessoas precisam saber que o VIH [Vírus de Imunodeficiência Adquirida] é 150 vezes mais pequeno do que o esperma. Se os preservativos não protegem a 100% em relação à gravidez, como podem proteger as pessoas de contraírem o VIH/SIDA?

CLQuem mente então?

L.A. – A indústria dos contraceptivos atinge lucros de muitos biliões de dólares por ano. Os fabricantes sabem disso. Se olharmos para o mundo, há biliões e biliões de preservativos distribuídos no mercado.

CLEstá a querer dizer que as pessoas não devem usar preservativos, nem ter relações sexuais?

L.A. – A nossa campanha para os jovens é para que adiem a prática sexual até ao casamento. A Igreja não diz apenas que os casais devem ter filhos, porque o sexo também se destina à sua unidade. Quando as pessoas têm valores errados, porque não assimilaram os valores nas suas casas, há a tendência para haver sexo pré-nupcial ou extra-conjugal.

CLMas como convencer os jovens num local como Macau, numa sociedade consumista onde a maioria da população é não-católica?

L.A. – Já estive em mais de oitenta países. Não falámos apenas para católicos mas também para pessoas de todas as religiões e credos. Tenho encontrado jovens muito brilhantes e inteligentes, que ficam convencidos quando ouvem os factos, porque as nossas apresentações não são apenas bíblicas, visto estarem também apoiadas em comprovações científicas.

CLPode exemplificar?

L.A. – A Agência Internacional para a Pesquisa do Cancro, que faz parte da Organização Mundial de Saúde, divulgou um estudo conduzido por 21 cientistas de oito países, concluindo que as pílulas são cancerígenas para os seres humanos, mas muitas pessoas não sabem disso. As jovens e as adolescentes são quem corre maior risco.

CLOs contraceptivos são maioritariamente originários de que países?

L.A. – Os Estados Unidos da América têm um papel fundamental nesta área. Um dos documentos que li foi o Memorando 200 de Estudo de Segurança Nacional [também conhecido por Relatório Kissinger, concluído em Dezembro de 1974] e fiquei chocada ao saber que designaram trinta países, incluindo o meu, não porque eram super-populosos, mas porque os EUA precisavam de recursos naturais e minerais, obviamente para o seu arsenal militar. Tentaram então convencer esse países em adoptar [programas de] controlo populacional para melhorar a qualidade de vida e o desenvolvimento. Fiquei chocada ao saber que fizeram tudo isso em benefício próprio.

CLMas há países super-populosos…

L.A. – Em muitos países subdesenvolvidos muitas crianças morrem antes de completar os cinco anos de idade. Em países europeus, ou territórios como Macau, as pessoas não estão a conceber bebés. Macau é um território que está a perecer. A Europa está a ir pelo mesmo caminho, assim como muitos países do mundo, porque não estão mais a procriar [de modo a renovar as próximas gerações].

CLMacau é um território pequeno. O consumismo está em toda a parte e a indústria do Jogo tem a mão forte dos interesses americanos. Pode-se também encontrar muitas lojas de marcas famosas a nível mundial. Por outro lado, é um dos lugares do mundo com maior densidade populacional por quilómetro quadrado…

L.A. – Penso que tiveram sucesso em conseguir fazer deste território um lugar consumista.

CLQuem?

L.A. – Chamamos-lhes os vendedores da cultura da morte, porque fomentam o divórcio, a eutanásia, o controlo populacional, a homossexualidade… Os Estados Unidos desempenham um grande papel nisto. Por outro lado, convém não esquecer as Nações Unidas, que estão por trás da promoção à escala mundial do casamento entre pessoas do mesmo sexo, do divórcio, do aborto, e por aí fora.

PEDRO DANIEL OLIVEIRA

pedrodanielhk@hotmail.com

 

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