Verificando as credenciais

Jesus Cristo é credível?

Há duas semanas falámos sobre as três maneiras de adquirir conhecimento – os sentidos, o intelecto (pela razão) e recorrendo a testemunhos (confiança e fé). A Fé religiosa é o conhecimento que adquirimos por intermédio de um testemunho, e esse testemunho é Jesus Cristo.

Na semana passada questionámos as nossas fontes de informação, referentes a Jesus Cristo, nomeadamente os Evangelhos. Sugeri diversos documentos antigos, que qualquer um pode encontrar na Internet, e estabelecer por si se os Evangelhos podem, ou não, ser considerados como documentos históricos fiáveis sobre Jesus Cristo. Se verificaram alguns desses documentos e ficaram convencidos do valor histórico dos Evangelhos, então, podemos continuar.

Agora vamos dar uma vista de olhos às credenciais da nossa testemunha principal – Jesus Cristo.

Quando lemos sobre a vida de Cristo somos confrontados por diversas afirmações que Ele faz de si próprio. Uma delas é a insistência de ter sido enviado, e que não falava por si. Por exemplo, verifiquemos os capítulos 5, 7 e 8 de S. João. Podemos encontrar as mesmas afirmações pelo menos 8 vezes em Mateus, Marcos e Lucas.

Mas Ele ainda disse algo mais: Ele afirmou ser Deus. E foi por causa desta afirmação que os Judeus o quiseram ver morto. Ele usou mesmo o nome de Deus, conforme fora revelado a Moisés. Em João 8:58 ele diz aos Judeus; «em verdade, em verdade vos digo, antes de Abraão era “EU SOU”». Então comparemos com esta frase no Exodus 3:14; «Deus disse a Moisés, “EU SOU QUEM EU SOU”. E Deus disse “Diz ao povo de Israel, que EU SOU (‘YHWH’) enviou-me a ti”» No total dos quatro Evangelhos Jesus afirma por 42 vezes: «EU SOU».

Sabem se um algum dos outros fundadores de qualquer uma outra religião afirmou ser Deus? Têm conhecimento de qualquer um outro fundador de uma religião que afirmasse que não apenas ensinava a Verdade, que era ele próprio a Verdade? Que não se contentou em afirmar que ia mostrar o caminho para Deus, mas que Ele próprio era o caminho para Deus, de facto o único caminho; que não apenas disse que sabia onde encontrar a vida, mas ele próprio era a Vida? E qual foi o fundador de uma outra religião que tenha insistido que para se ser Crente era preciso de ser Seu amigo, e comer a Sua carne? (Baahhhh!) E que outro fundador de uma outra religião perdoava os pecados? (Na realidade, nós, seres humanos, podemos perdoar os pecados daqueles que nos ofendem. Mas não temos autoridade para perdoar os pecados de quem ofende terceiros. Jesus perdoa ambos!)

Jesus fez algumas afirmações incríveis, não fez? E as suas palavras não nos fazem ficar um pouco de pé atrás? Poderia ter sido um louco? Ou um impostor? Por outro lado, se pudermos mostrar que Ele não era nem um louco nem um impostor, então Ele teria que estar a dizer a Verdade – tem de ser credível!

Que provas precisamos para verificar que uma pessoa é credível? Penso que essa pessoa seja alguém que faz o que diz, ou não? Há algo em comum entre os loucos e impostores, lunáticos e mentirosos – as suas palavras não se relacionam com os factos. E quanto a Jesus, as suas palavras relacionavam-se com os factos? Verifiquemos as provas que ele forneceu: milagres e profecias.

Em primeiro lugar falemos sobre os milagres. O que se quer dizer por “milagre”? Um milagre é um facto que pode ser observado, que vai para além dos processos normais da natureza, e só pode ser efectuado por alguém ou algo que controle a natureza. Curas instantâneas, multiplicação de recursos (o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes), controlar o tempo e ressuscitar pessoas mortas, são apenas alguns deles. E estes milagres não foram presenciados por uma ou duas pessoas, mas por multidões. O Evangelho regista 38 milagres efectuados por Jesus, incluindo o mais espectacular de todos: a Sua própria Ressurreição. Jesus Ressuscitado foi visto por cerca de 500 pessoas, que também o viram padecer e morrer às mãos dos Romanos. (Conhecem algum fundador de outra religião que se tenha ressuscitado a si próprio?). Jesus ordenou, e o facto consumou-se. As suas palavras relacionavam-se com os factos!

E sobre as profecias? Uma profecia pode ser definida como uma predição, definida e segura, sobre um dado acontecimento futuro, a previsão de algo que seria impossível por meios naturais, ou simples conjecturas, devido ao facto de esse acontecimento estar sujeito a múltiplas variantes (isto é variantes com vontade própria) para que aconteça. Por isso, a profecia necessita de um poder intelectual para além dos poderes intelectuais do ser humano.

Quando lemos os Evangelhos, ouvimos Jesus falar de alguns acontecimentos futuros com muita certeza. Ele fez predições sobre Ele próprio – que seriam – Ele seria (não “poderia ser”) negado, traído; e que ele teria de (não “poderia”) sofrer, morrer… e ressuscitar! Ele predisse o comportamento dos seus próprios apóstolos, como um o negaria, outro o trairia, enquanto os restantes fugiriam um para cada lado quando Ele fosse preso, e como é que eles voltariam para Ele. Ele predisse o futuro de Jerusalém, como seria destruída (e de facto Jerusalém foi destruída pelos romanos em 70 AD – Era Cristã – conforme as palavras de Jesus).

Nesse caso não estamos a tratar de um lunático ou mentiroso, ou estamos? Estamos a falar de alguém cujas declarações estão relacionadas com as provas, cujas palavras são sustentadas com acções reais e efectivas. Ao contrário de nós, que muitas vezes prometemos e não cumprimos. Isso não acontece com este Homem. Pode-se acreditar Nele, porque fez as coisas que disse que faria, as coisas que disse que aconteceriam, aconteceram de facto. As Suas palavras transformadas em actos lembram-nos as palavras do início da Bíblia: «E Deus disse “Faça-se luz”; e houve luz» (Génese 1:3). Deus falou, Deus fez. Jesus falou, Jesus fez. Este facto não é revelador?

E agora há uma última questão que gostaria de ver respondida. Digamos que aceitamos as palavras de Jesus. Óptimo. Será que Jesus fez algo para se certificar que os seus ensinamentos fossem passado, intactos, de geração em geração? Será que ele tinha um plano para a sua sucessão? Falaremos disso para a próxima semana.

Pe. José Mario Mandía

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