Semeador de virtudes.
O antigo arcebispo de Cebu, D. Teofilo Camomot, falecido em 1988, poder-se-á tornar no terceiro filipino a ser canonizado, após São Lorenzo Ruiz de Manila e São Pedro Calungsod, ambos leigos. O processo diocesano está a ser avaliado pela Congregação para as Causas dos Santos, no Vaticano.
Três membros da comunidade filipina de Macau manifestaram grande expectativa com a possibilidade do Papa ser favorável à canonização. Em declarações a’O CLARIM, o engenheiro civil Danilo Ngo disse que «a aprovação do processo para que o arcebispo D. Teofilo Camomot se torne santo é uma manifestação em como o Senhor pode interceder junto dos humanos e fazer todas as coisas possíveis na Terra para que algumas pessoas possuam virtudes que podem levar à santidade».
Nesse sentido, recordou São Padre Pio, falecido a 23 de Setembro de 1968, que recebeu os estigmas ou chagas de Cristo: «O arcebispo D. Camomot faleceu a 27 de Setembro de 1988. Morreram quase ambos na mesma data».
A assistente de cuidados de saúde do Asilo de Betânia, Ross Belle Balatbat, frisou que está feliz com a canonização, dado que D. Camomot «possibilitou que no seu quotidiano o Espírito Santo trabalhasse no período do pós-Segunda Guerra Mundial, maximizando por todos os meios possíveis a evangelização de forma extraordinária na vida e necessidades comuns de cada pessoa que ele pôde servir».
Ross Balatbat invocou ainda o «compromisso» do arcebispo na missão sacerdotal, algo que considera ter sido «extraído de algo sobrenatural», pois «foi capaz de plantar sementes na vida das pessoas através dos seus actos». «A ser santo, a sua vida pode ser conhecida como modelo para tornar extraordinárias as nossas vidas quotidianas pela graça de Deus», acrescentou.
Mimi Fronteras, bibliotecária do Colégio do Sagrado Coração de Jesus (secção inglesa), referiu que a canonização de D. Camomot terá o condão de reconciliar os filipinos: «As pessoas da Igreja e a Administração de Duterte [Presidente das Filipinas] não estão todas do mesmo lado. Alguns arcebispos e bispos filipinos já criticaram Duterte pela forma muito aberta como ele se expressa. O País está dividido em facções políticas. Julgo que será muito bom para nós se houver mais algum filipino a ser canonizado. Na minha opinião, pode de alguma forma reconciliar [as pessoas]».
PEDRO DANIEL OLIVEIRA
(*) com J.M.M. e Inquirer.Net