Papa apela a Cristianismo livre, sem apego ao passado

VATICANO

Papa apela a Cristianismo livre, sem apego ao passado

O Papa disse no Vaticano que o Cristianismo deve ser «livre» e inspirado pelo Espírito, convidando os católicos a invocar este dom, diariamente. «Com a presença do Espírito, salvaguardamos a liberdade. Seremos livres, cristãos livres, não apegados ao passado no mau sentido da palavra, não acorrentados a práticas. A liberdade cristã é que nos faz amadurecer», referiu na quarta-feira, durante a audiência pública semanal que decorreu no Auditório Paulo VI.

Francisco sublinhou a necessidade de «invocar o Espírito Santo com mais frequência», na oração diária, «espontânea», no coração de cada um. «Esta oração irá ajudar-nos a caminhar no Espírito, na liberdade e na alegria, porque quando o Espírito Santo vem, vem a alegria, a verdadeira alegria», acrescentou.

A catequese semanal encerrou o ciclo de reflexões do Papa dedicadas à Carta de São Paulo aos Gálatas. «Foi um verdadeiro teólogo, que contemplava o mistério de Cristo e o transmitia com a sua inteligência criativa. E foi também capaz de exercer a sua missão pastoral a uma comunidade desorientada e confusa», disse o Papa, sobre o Apóstolo.

Francisco destacou que São Paulo (Século I) defendeu a liberdade, que Cristo trouxe «com paixão». «A liberdade não equivale de modo algum à libertinagem, nem conduz a formas presunçosas de auto-suficiência. Pelo contrário, Paulo colocou a liberdade na sombra do amor e estabeleceu o seu exercício coerente, ao serviço da caridade», precisou.

No final do encontro, o Papa dirigiu-se aos peregrinos de língua portuguesa, aludindo à tradicional evocação dos fiéis defuntos: «O mês de novembro lembra-nos o destino eterno que nos espera e lembra-o de várias formas, sendo uma delas a recordação saudosa dos nossos entes queridos defuntos».

«Eles deixaram-nos um dia com o pedido, tácito ou explícito, da nossa ajuda espiritual na sua travessia para o Além. Sabeis que as nossas mãos em oração chegam até ao Céu, e assim podemos acompanhá-los até lá, consolidando neles e em nós mesmos as amarras que nos ligam à eternidade», prosseguiu Francisco, antes de conceder a sua bênção.

In ECCLESIA

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