Papa questiona religiosidade de «fachada»

VATICANO

Papa questiona religiosidade de «fachada»

O Papa Francisco questionou, no último Domingo, o que denominou como «religiosidade de fachada», pedindo um compromisso «concreto» dos católicos na vivência da sua fé.

«Jesus quer superar uma religião entendida apenas como prática externa e habitual, que não incide sobre a vida e as atitudes das pessoas. Uma religiosidade superficial, apenas “ritual”, no mau sentido da palavra», referiu, no Vaticano, perante centenas de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro para a recitação do Ângelus, apesar da chuva.

O Papa começou por brincar com as condições meteorológicas, com um ditado argentino – “ao mau tempo, boa cara” –, antes de reflectir sobre a passagem do Evangelho.

«O Evangelho de hoje questiona o modo de viver a vida cristã, que não é feita de sonhos nem de belas aspirações, mas de compromissos concretos, para nos abrirmos cada vez mais à vontade de Deus e ao amor pelos irmãos», indicou.

Francisco assinalou que esta religiosidade de «fachada» serve também como justificação para quem se quer afastar da Igreja, convidando todos, pelo contrário, a uma mudança de vida.

«Jesus não aponta os publicanos e as prostitutas como modelos de vida, mas como “privilegiados pela graça”. Gostaria de sublinhar esta palavra, graça, a graça, porque a conversão é sempre uma graça, que Deus oferece a quem se abre e se converte a Ele», observou.

Esta transformação, explicou o Papa, exige um processo de purificação, «doloroso», que implica renúncias e «combate espiritual».

«Mesmo o menor compromisso concreto não se pode fazer sem a graça. A conversão é uma graça que temos de pedir sempre», concluiu.

CRIATIVIDADE NO COMBATE AO COVID-19

O Papa apelou à criatividade das comunidades católicas na resposta à crise provocada pelo Covid-19, numa mensagem aos membros do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), reunidos em assembleia plenária “online”, no passado dia 25 de Setembro.

“A morte de tantos idosos, os dramas de famílias apanhadas de surpresa por uma dor grande e ameaçadora, os dramas de crianças e jovens fechados em casa, os ritos religiosos e a suspensão dos cursos de formação cristã, induziram não poucos padres e religiosos a identificar formas corajosas de serviço pastoral, testemunhando a proximidade paternal e terna ao povo”, escreveu Francisco, numa mensagem enviada à Agência ECCLESIA.

“Perante a explosão de novas pobrezas, é necessário que esta fantasia de caridade continue, mostrando uma proximidade cada vez mais atenta e generosa com os mais fracos”, acrescentou.

In ECCLESIA

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