Religiosa portuguesa relata Páscoa em «sobressalto»
A religiosa portuguesa Cristina Duarte Macrino, das Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima, disse à Agência ECCLESIA, na passada segunda-feira, que Timor-Leste viveu uma Páscoa em «sobressalto», por causa das cheias que provocaram pelo menos 27 mortes.
«Há muitas pessoas que ficaram sem absolutamente nada, não têm o que comer, medicamentos, roupa, não têm casa, portanto a Páscoa foi assim em sobressalto», relatou a religiosa, actualmente na Missão em Memo, Maliana, próximo da fronteira com a Indonésia.
Segundo os últimos dados do Governo timorense, as cheias que assolaram Timor-Leste causaram pelo menos 27 mortos em todo o País e mais de sete mil desalojados na capital; na Indonésia há registo de setenta vítimas mortais.
A irmã Cristina Duarte Macrino destacou o impacto desta «calamidade», que se soma às «restrições» impostas pelo Covid-19, com «muita gente desalojada». Neste momento estão já em andamento vários contactos para alojar em espaços de congregações religiosas grupos de desalojados que estão em armazéns ou garagens.
As chuvas deixaram várias estradas cortadas, que desabaram, o que deve provocar um problema no abastecimento de outros distritos timorenses, já que há uma grande dependência de Díli. «Vai ser mais uma agravante, para toda a gente», adiantou a religiosa.
As «restrições» colocadas pela pandemia – que levaram a «escassez de bens» e desemprego – incluem uma cerca sanitária em Díli, que impede o acolhimento de várias pessoas em casas de familiares, fora da capital, tornando a situação «mais complicada».
A missionária portuguesa elogiou a «grande devoção» na vivência da Quaresma e da Páscoa, nas três dioceses timorenses, num país de maioria católica.
A irmã Cristina Duarte Macrino vive numa comunidade com a irmã Olivia Miranda e oito aspirantes; as religiosas têm projectos nas áreas da educação e da saúde, apoiando uma população de cerca de seis mil pessoas, na missão.
PAPA LAMENTA MORTE DE D. CHRISTIAN TUMI
Também na passada segunda-feira, o Papa lamentou o falecimento do cardeal D. Christian Tumi, referência pela paz nos Camarões, que em 2019 recebeu o prémio Nelson Mandela pelo seu papel na defesa da minoria anglófona no país africano.
O arcebispo emérito de Douala faleceu no dia 3 de Abril, aos 90 anos de idade.
Francisco recordou, numa mensagem divulgada pelo Vaticano, o cardeal Tumi como alguém que “deixou uma marca indelével na Igreja, bem como na vida social e política do seu país, empenhando-se sempre com coragem na defesa da democracia e na promoção dos direitos humanos”.
O Papa destacou que, mesmo numa idade avançada, o responsável camaronês se manteve “sempre disponível ao serviço da paz e da reconciliação”.
In ECCLESIA