Há igualdade na Igreja?
Quando somos baptizados tornamo-nos [1] filhos de Deus, [2] irmãos e irmãs de Jesus Cristo, e [3] templos do Espírito Santo.
A Igreja diz que nos tornamos Christifideles “Fiéis a Cristo” (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica nº 177; Catecismo da Igreja Católica nos871 e 872). Isto aplica-se a todos os membros da Igreja, sejam eles leigos, religiosos, padres, bispos, ou até mesmo o Papa. São todos, igualmente, “fiéis”.
Além disso, pelo baptismo, somos incorporados em Cristo; tornamo-nos parte do Corpo de Cristo.
Podemos compreender um pouco melhor o que tudo isto significa se pegarmos, como exemplo, o que acontece ao engolirmos um “hamburger” ou um pedaço de galinha frita. Tanto o “hamburger” como o pedaço de galinha frita, tornam-se parte de nós, são incorporados no ser humano que os come. Uma carne de animal, seja bem ou mal passada, torna-se humana. Ora, o baptismo “actualiza” (ou “melhora”, se preferirem este termo) a nossa condição. Torna-nos divinos!
Como membros do Corpo de Cristo, a cada pessoa baptizada ou fiel é concedida não apenas a sua identidade, mas também o papel e a responsabilidade de fazer parte do Corpo de Cristo, por inteiro.
Como Cristo (do Hebreu “Messias”, que significa “O Ungido”, traduzido para o Grego como “Christos” e para o Latim como “Christus”) tem a tripla tarefa, missão ou função, de ser Sacerdote, Profeta e Rei, todos aqueles que foram baptizados e se tornaram membros do Seu corpo também estão ungidos e preparados para compartilhar essa tripla tarefa. Nesse sentido, também todos os fiéis (o Papa, bispos, padres, religiosos e leigos) estarão igualmente prontos. Todos foram ungidos para serem sacerdotes, profetas e reis.
O CCIC (nº 177) explica: “Os fiéis são aqueles que, incorporados em Cristo pelo Baptismo, são constituídos membros do povo de Deus. Tornados participantes, segundo a sua condição, da função sacerdotal, profética e real de Cristo, são chamados a exercer a missão confiada por Deus à Igreja. Entre eles subsiste uma verdadeira igualdade, na sua dignidade de filhos de Deus”.
Quais são as suas responsabilidades?
1– A principal tarefa do sacerdote é «oferecer presentes e sacrifícios pelos pecados(Hebreus 5:1)».
2– O profeta tem que ouvir a palavra de Deus e proclamá-la: «Colocarei as minhas palavras na sua boca, e Ele fará tudo o que Eu lhe ordeno (Deuteronómio 18:18)».
3– O rei tem que governar e guiar os seus carneiros: «E dar-vos-ei pastores de acordo com o meu coração(Jeremias 3:15)».
Estas três tarefas foram entregues a todos os fiéis baptizados.
No entanto, note-se, que o CCIC diz que a função tripla ou oficio é exercida pelos fiéis “à sua própria maneira”. Isto significa que há uma diversidade na maneira como eles exercem as suas funções.
Os membros são iguais, mas isso não significa que eles sejam exactamente iguais uns aos outros. Da mesma forma que um ser vivo possui diferentes partes, as quais contribuem para o funcionamento de todo o organismo, os membros da Igreja têm maneiras diferentes de exercer as funções sacerdotais, proféticas e reais.
O CCIC nº 178 refere que “por instituição divina, existem [1] os ministros sagrados que receberam o sacramento da Ordem e formam a hierarquia da Igreja. [2] Os outros são chamados leigos. [3] De uns e de outros, provêm fiéis, que se consagram de modo especial a Deus com a profissão dos conselhos evangélicos: castidade no celibato, pobreza e obediência”.
Pe. José Mario Mandía
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