A morte de Jesus podia ter sido evitada?
Quando pensamos na Paixão e Morte de Jesus, podemos pensar que tal foi apenas um triste fim para a Sua vida na terra, o qual poderia ter sido evitado. Mas as Escrituras dizem-nos algo diferente.
O sofrimento e morte de Jesus Cristo não foram acidentais. A Cruz (Crucificação) não aconteceu por acaso ou pouca sorte. Foi planeada, não por qualquer ser humano, mas por Deus – omnisciente, amoroso e todo poderoso. Tudo se cumpriu, “de acordo com as Escrituras”.
Se lermos, por exemplo, Isaías 53:2-7, este descreve o sofrimento do Messias: «Ele cresceu diante dele como um broto tenro e como uma raiz saída de uma terra árida e estéril. Ele não aparentava qualquer formosura ou majestade que pudesse atrair os seres humanos, nada havia em seu aspecto físico pelo que pudéssemos ser cativados. Pelo contrário, foi desprezado e rejeitado pelos homens, viveu como homem de dores, experienciou todo o sofrimento. Caminhou como alguém de quem os seus semelhantes escondem o rosto, foi menosprezado, e nós não demos à sua pessoa importância alguma. E no entanto, suas dores eram as nossas próprias enfermidades que ele carregava em seu ser. Sobre seu corpo levou todas as nossas doenças; contudo nós o julgamos culpado e castigado por Deus. Pela mão de Deus ferido e torturado. Mas, de facto, ele foi transpassado por causa das nossas próprias culpas e transgressões, foi esmagado por conta das nossas iniquidades; o castigo que nos propiciou a paz caiu todo sobre ele, e mediante suas feridas fomos curados. Em verdade todos nós, tal como ovelhas perdidas, andamos errantes; cada ser humano tomou o seu próprio caminho; e Yahweh fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós. Ele foi maltratado, humilhado, torturado; contudo, não abriu a sua boca; agiu como um cordeiro levado ao matadouro; como uma ovelha que permanece muda na presença dos seus tosquiadores ele não expressou nenhuma palavra» (também de acordo com o Salmo 22).
Jesus também fez com que os seus discípulos compreendessem que Ele não era uma vítima e que havia sido avisado pelo Pai. «Ninguém a [minha vida]tira de mim; antes Eu a entrego de espontânea vontade. Tenho poder para entregá-la, e poder para retomá-la. Esse é o mandamento que recebi de meu Pai. Mais uma divisão entre os judeus (João 10:18)».
Depois da Sua ressurreição, quando apareceu a dois dos Seus discípulos, explicou que o que Lhe havia acontecido foi predito e anunciado. «Ora, não era imprescindível que o Cristo padecesse para que entrasse na sua glória? Então, iniciando por Moisés e discorrendo sobre todos os profetas, explanou-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras (Lucas 24:26-27)».
ELE ACEITOU A CULPA– Jesus teve que sofrer todas as adversidades pois só assim a justiça de Deus pôde realizar-se na sua plenitude (TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ, nº 59). Alguém teve de assumir a culpa. E Jesus fê-lo! O inocente tomou o lugar do criminoso. Foi a forma de Ele garantir a nossa entrada no paraíso. «Deus fez daquele que não tinha pecado algum a oferta por todos os nossos pecados, a fim de que nele nos tornássemos justiça de Deus (II Coríntios 5:21)»; «Deus comprova o seu amor para connosco pelo facto de ter Cristo morrido em nosso benefício quando ainda andávamos no pecado (Romanos 5:8)».
JUDAS FOI UM MERO FANTOCHE?– Se a morte de Jesus foi planeada, podemos então perguntar: Todos aqueles que participaram na morte de Jesus foram meros peões ou fantoches? Uma vez mais, o Catecismo da Igreja Católica dá a resposta: “A Deus, todos os momentos do tempo estão presentes na sua actualidade. Por isso, Ele estabelece o seu desígnio eterno de ‘predestinação’, incluindo nele a resposta livre de cada homem à sua graça: «Na verdade, Herodes e Pôncio Pilatos uniram-se nesta cidade, com as nações pagãs e os povos de Israel, contra o vosso santo Servo Jesus, a quem ungistes. Cumpriram assim tudo o que o vosso poder e os vossos desígnios tinham de antemão decidido que se realizasse» (Act., 4, 27-28). Deus permitiu os actos resultantes da sua cegueira, como fim de levar a cabo o seu plano de salvação” (CIC nº 600).
Pe. José Mario Mandía