O que há de tão especial na Mãe de Jesus?
O plano de Deus não envolve apenas Jesus Cristo. Há uma outra personagem que Deus predestinou quando anunciou o Seu plano. No Génesis (3:15) está escrito acerca de uma Mulher, Mãe do Redentor, que não ficaria sob a influência do diabo: «Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência: Ela esmagará a tua cabeça e tu morderás o seu calcanhar».
MÃE DE DEUS– Maria é a Mãe de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e Homem Verdadeiro. Ela é a Mãe de Jesus, que é tanto homem como Deus. É por isso que acreditamos que “Maria é verdadeiramente Mãe de Deus porque é a mãe de Jesus (João 2,1; 19,25). Com efeito, Aquele que foi concebido por obra do Espírito Santo e que se tornou verdadeiramente Filho de Maria é o Filho eterno de Deus Pai. É Ele mesmo Deus” (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica nº 95). Este facto foi reconhecido pela Santa Isabel: «E porque este me foi concedido a mim, que a mãe do meu Senhor teve que vir até mim? (Lucas 1:43)».
IMACULADA CONCEIÇÃO– O Génesis (3:15) também explica que a Mãe do Redentor é inimiga da serpente. É por isso que o arcanjo Gabriel a chama de «cheia de graça (kecharitomene): Ela está livre da influência do demónio, ela é sem pecado».
Assim, o CCIC (nº 96) refere: “Deus escolheu gratuitamente Maria desde toda a eternidade para que fosse a Mãe de seu Filho: para cumprir tal missão, foi concebida imaculada. Isto significa que, pela graça de Deus e em previsão dos méritos de Jesus Cristo, Maria foi preservada do pecado original desde a sua concepção”.
SEMPRE VIRGEM– Além disso foi-nos dito que esta mulher era virgem. Isaías (7:14) diz-nos: «Portanto, o próprio Senhor dar-vos-á um sinal. Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e dar-lhe-á o nome de Emanuel». E Mateus (1:22-23) confirma o que Isaías havia anunciado, pois realmente acontecera: «Tudo isto aconteceu para se realizar o que o Senhor dissera através do profeta. “Vejam, uma virgem deverá conceber e gerar um filho, e o seu nome deverá ser chamado de Emanuel, que significa Deus connosco”».
Em que sentido Maria é sempre Virgem? “No sentido de que Maria ‘permaneceu Virgem na concepção do seu Filho, Virgem no parto, Virgem grávida, Virgem mãe, Virgem perpétua’ (Santo Agostinho). Portanto, quando os Evangelhos falam de ‘irmãos e irmãs de Jesus’, trata-se de parentes próximos de Jesus, segundo uma expressão usual na Sagrada Escritura” (CCIC nº 99).
ASSUNÇÃO AO CÉU– Não sabemos se Maria morreu ou não. Alguns acreditam que apenas adormeceu antes de ser levada para o céu. Mas, muitos, incluindo o Papa João Paulo II, dizem que provavelmente morreu, tal como Cristo, seu Filho, morreu.
O que a Igreja defende é que foi levada de corpo e alma para o paraíso, depois da sua vida terrena. O Catecismo da Igreja Católica (nº 966) sublinha: “Finalmente, a Virgem Imaculada, preservada imune de toda a mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrena, foi elevada ao céu em corpo e alma e exaltada pelo Senhor como rainha, para assim se conformar mais plenamente com o seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte (Lumen Gentium 59). A Assunção da santíssima Virgem é uma singular participação na ressurreição do seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos”.
MÃE DE TODOS– Estando Jesus suspenso da cruz, Ele confiou a todos os homens, representados por São João, a sua Mãe. João registou essa cena no capítulo 19.
«A paz é dom de Cristo, que ele nos obteve com o sacrifício da Cruz. Para a obter de modo eficaz é preciso subir com o Mestre divino até ao Calvário. E quem nos pode guiar melhor, nesta subida, do que Maria, que precisamente aos pés da Cruz nos foi dada como Mãe no apóstolo fiel, São João? Para ajudar os jovens a descobrir esta maravilhosa realidade espiritual, escolhi como tema da Mensagem para o Dia Mundial da Juventude deste ano as palavras de Cristo na Cruz: Eis aí a tua mãe! (Jo., 19, 27). Ao aceitar este testamento de amor, João recebeu Maria em sua casa (Jo.,19, 27), isto é, recebeu-a na sua vida, partilhando com ela uma proximidade espiritual completamente nova. O vínculo profundo com a Mãe do Senhor levará o “discípulo amado” a tornar-se o apóstolo daquele Amor que ele tinha obtido do Coração de Cristo através do Coração imaculado de Maria» (Celebração do Domingo de Ramos. Homilia do Papa João Paulo II na XVIII Jornada Mundial da Juventude, a 13 de Abril de 2003).
E assim Maria tornou-se na Mãe de todos!
“Maria tem um único Filho, Jesus, mas, n’Ele, a sua maternidade espiritual estende-se a todos os homens que Ele veio salvar. Obediente, ao lado do novo Adão, Jesus Cristo, a Virgem é a nova Eva, a verdadeira mãe dos vivos, que coopera com amor de mãe no seu nascimento e na sua formação na ordem da graça. Virgem e Mãe, Maria é a figura da Igreja e a sua realização mais perfeita” (CCIC nº 100).
Pe. José Mario Mandía