Quais as três últimas petições da Oração do Pai Nosso?
QUINTA PETIÇÃO: PERDOE-NOS COMO NÓS PERDOAMOS –O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica explica, no ponto 594: “Ao pedir a Deus Pai para nos perdoar, reconhecemo-nos pecadores diante d’Ele. E, ao mesmo tempo, confessamos a sua misericórdia, porque, no seu Filho e através dos sacramentos, «recebemos a redenção, o perdão dos pecados» (Colossenses 1, 14). Porém, o nosso pedido só será atendido se tivermos perdoado aos que nos ofenderam”.
Quando reconhecemos que somos pecadores, rezamos como o publicano da parábola que foi ao Templo rezar. “Entretanto, o publicano ficou à distância. Ele sequer ousava olhar para o céu, mas batendo no peito, confessava: «Ó Deus, sê benevolente para comigo, pois sou pecador» (Lucas 18, 13). Jesus assegura: «Eu vos asseguro que este homem, e não o outro, foi para sua casa justificado diante de Deus» (Lucas 18, 14)”.
Quem era “o outro”, a quem Jesus se referia? O fariseu, que estava orgulhoso diante de Deus.
Sobre esta petição, disse o Papa Francisco: “Qual é a atitude mais perigosa de cada vida cristã? É o orgulho. É a atitude de quem se coloca diante de Deus pensando que tem sempre as contas em ordem com Ele: o orgulhoso pensa que está tudo bem consigo” (Audiência Geral, 10 de Abril de 2019).
Mas há uma condição para receber o perdão: temos que estar prontos para perdoar: “A misericórdia penetra no nosso coração só se também nós soubermos perdoar, até aos nossos inimigos” (CCIC nº 595). Acrescenta o Compêndio: “Ora, mesmo que ao homem pareça impossível satisfazer esta exigência, o coração que se oferece ao Espírito Santo pode, como Cristo, amar até ao extremo do amor, mudar a ferida em compaixão, transformar a ofensa em intercessão. O perdão participa da misericórdia divina e é um vértice da oração cristã”. Nosso Senhor determinou: «Orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus» (Mateus 5, 44-45).
E se tivermos dificuldade em perdoar? Então devemos dizer, em jeito de oração: “Senhor, ensina-me a perdoar! Ensina-me a ser misericordioso! Deixe-me compartilhar sua compaixão! Deixe-me rezar como você fez na cruz: «Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem» (Lucas 23, 34)”.
SEXTA PETIÇÃO: NÃO NOS DEIXE CAIR EM TENTAÇÃO –As palavras da oração podem-nos fazer pensar que Deus monta armadilhas que nos conduzem ao pecado. Mas vimos que Deus é Pai, e nenhum pai jamais colocará os seus filhos em perigo. Assim, o Compêndio esclarece a verdadeira intenção desta oração: “Pedimos a Deus Pai que não nos deixe sozinhos e à mercê da tentação. Pedimos ao Espírito para sabermos discernir entre a provação que ajuda a crescer no bem e a tentação que conduz ao pecado e à morte, e, ainda, entre ser tentados e consentir na tentação. Esta petição coloca-nos em união com Jesus, que, com a sua oração, venceu a tentação e solicita a graça da vigilância e da perseverança final” (CCIC nº 596).
Rezemos, pois, também como o Papa Francisco: “Ó Deus, afasta de nós o tempo da provação e da tentação. Mas quando chegar para nós este tempo, Pai nosso, mostra-nos que não estamos sozinhos. Tu és o Pai. Mostra-nos que Cristo já carregou sobre si também o peso daquela cruz. Mostra-nos que Jesus nos chama a carregá-la com Ele, abandonando-nos confiantes ao teu amor de Pai” (Audiência Geral, 1 de Maio de 2019).
SÉTIMA PETIÇÃO: LIVRAI-NOS DO MAL –Nesta última petição da Oração do “Pai Nosso”, o Compêndio refere: “O Mal indica a pessoa de Satanás que se opõe a Deus e que é «o sedutor de toda a terra» (Apocalipse 12, 9). A vitória sobre o diabo já foi alcançada por Cristo. Mas nós pedimos para que a família humana seja libertada de Satanás e das suas obras. Pedimos também o dom precioso da paz e a graça da esperança perseverante da vinda de Cristo, que nos libertará definitivamente do Maligno” (CCIC nº 597).
Num encontro com cardeais, o Papa Bento XVI admitiu: “Vemos como o mal quer dominar no mundo e que é necessário travar uma luta contra o mal. Vemos como o faz de muitos modos cruentos, com diversas formas de violência, mas também com a máscara do bem e, precisamente assim, destruindo os fundamentos morais da sociedade. (…) Vamos em frente, o Senhor disse: coragem, Eu venci o mundo. Estamos no clube do Senhor, portanto no clube vitorioso” (Almoço com os Cardeais, 21 de Maio de 2012).
DIGA “SIM” A DEUS –“Estamos no clube vitorioso” e temos certeza na vitória, se permanecermos com Deus, nosso Pai, se perseverarmos e lutarmos para Lhe dizer “sim”, sempre e em todo o lugar. Isto é o que significa a palavra “Amém” – “SIM, PAI!”.
“‘Depois, acabada a oração, tu dizes: Ámen, corroborando com o Ámen, que significa «Assim seja, que isso se faça», tudo o que está contido na oração que Deus nos ensinou’ (São Cirilo de Jerusalém)” (CICC nº 598).
Pe. José Mario Mandía