TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ (229)

TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ (229)

O que Jesus nos ensinou sobre a oração?

Vimos o modo como Jesus rezava. Vimos como cada situação era uma ocasião de oração para Ele. O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (CCIC) determina, no ponto nº 542: “O Evangelho apresenta muitas vezes Jesus em oração. Ele retira-se para a solidão, mesmo de noite. Jesus reza antes dos momentos decisivos da sua missão ou da missão dos Apóstolos. De facto, toda a sua vida é oração, porque Ele existe numa comunhão constante de amor com o Pai”.

SEMPRE E EM TODA A PARTE –Jesus rezava sempre e em todos os lugares. É por isso que disse aos Seus discípulos: «Devem orar sempre e nunca desanimar» (Lucas 18, 1).

Jesus também ensinou aos Seus apóstolos a atitude correcta em oração.

CONVERSÃO –“Jesus insiste na conversão do coração desde o sermão da montanha: a reconciliação com o irmão antes de apresentar a oferta no altar; o amor dos inimigos e a oração pelos perseguidores; orar ao Pai «no segredo» (Mt., 6, 6); não se perder em fórmulas palavrosas; perdoar do fundo do coração na oração; a pureza do coração e a busca do Reino. Esta conversão está totalmente polarizada no Pai: é filial” (Catecismo da Igreja Católica nº 2608; cf. Mt., 5, 23-24. 44-45; 6, 7, 14-15, 21, 25, 33).

FÉ –O CCIC (nº 2609; cf. 2610) refere: “O coração, assim decidido a converter-se, aprende a orar na fé. A fé é uma adesão filial a Deus, para além de tudo quanto sentimos e compreendemos. Tornou-se possível, porque o Filho bem-amado nos franqueia o acesso até junto do Pai. Ele pode pedir-nos que «procuremos» e «batamos à porta», porque Ele próprio é a porta e o caminho”.

«Pedi, e vos será concedido; buscai, e encontrareis; batei, e a porta será aberta para vós. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, se lhe abrirá… Ou qual dentre vós é o homem que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou se lhe pedir peixe, lhe entregará uma cobra? Assim, se vós, sendo maus, sabeis dar bons presentes aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará o que é bom aos que lhe pedirem!» (Mateus 7, 7-11).

OBEDIÊNCIA –Além disso, a Fé leva-nos a estar prontos para fazer a vontade do Pai: “A oração de fé não consiste somente em dizer «Senhor, Senhor!», mas em preparar o coração para fazer a vontade do Pai. Jesus exorta os seus discípulos a levar para a oração esta solicitude em cooperar com o desígnio de Deus” (CIC nº 2611; cf. Mt., 7, 21).

ATENÇÃO –Jesus “chama os seus ouvintes à conversão e à fé, mas também à vigilância. Na oração, o discípulo vigia, atento Àquele que é e Àquele que vem…” (cf. Marcos 13; Lucas 21, 34-36). “Em comunhão com o Mestre, a oração dos discípulos é um combate; é vigiando na oração que não se cai na tentação” (CIC nº 2612; cf. Lc., 22, 40.46).

PERSEVERANÇA –Jesus contou aos Seus apóstolos parábolas sobre a oração persistente: o amigo que pedia três pães (cf. Lucas 11, 5-8) e a viúva que importunava o juiz (cf. Lucas 18:1-8). «Porventura Deus não fará plena justiça aos seus escolhidos, que a Ele clamam de dia e de noite, ainda que lhes pareça demorado em atendê-los? Eu vos asseguro: Ele vos fará sua justiça, e depressa. No entanto, quando o Filho do homem vier, encontrará fé em alguma parte da terra?» (Lucas 18, 7-8). Sim, aí está o problema. [Nota de tradução: esta frase é de Hamlet, de Shakespeare. Significa: “Ah, esse é o problema”]

HUMILDADE –Na parábola do fariseu e do publicano, Jesus elogia a oração deste último que «entretanto ficou à distância. Ele sequer ousava olhar para o céu, mas batendo no peito, confessava: “Ó Deus, sê benevolente para comigo, pois sou pecador”. Eu vos asseguro que este homem, e não o outro, foi para sua casa justificado diante de Deus» (Lucas 18, 13-14).

PEÇA EM SEU NOME –Jesus lembra-nos que somos Seus advogados perante o Pai. A Sua oração é mais poderosa que a nossa. «E naquele dia não me pedireis mais nada. Pois Eu verdadeiramente vos asseguro que, tudo o que pedirdes ao Pai, Ele o concederá a vós, em meu Nome. Até agora nada pedistes em meu Nome. Pedi e recebereis, para que a vossa felicidade seja completa» (João 16, 23-24).

Pe. José Mario Mandía

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