Francisco indica bloco de notas, caneta e olhar como «elementos do trabalho do jornalista»
O Papa recebeu no passado sábado, 24 de Junho, osvencedores da 15.ª edição do Prémio Internacional de Jornalismo Biagio Agnes. Na ocasião, pediu o uso de elementos do trabalho do jornalista: «o bloco de notas, a caneta e o olhar».
«O bloco de notas lembra-nos a importância de ouvir, mas, acima de tudo, de nos deixarmos fascinar pelo que acontece. O jornalista nunca é um contador da História, mas uma pessoa que decidiu vivenciar as suas implicações com participação, comcompaixão», referiuo Papa.
No encontro comosvencedores do Prémio Biagio Agnes, Francisco indicou o bloco de notas e a caneta, esta última «cada vez menos usada», como elementos que têm «muito para ensinar».
«A caneta ajuda a elaborar o pensamento, conectando a cabeça e as mãos, promovendo lembranças e ligando a memória ao presente». Mais: «a caneta lembra o “acto criativo” dos jornalistas e dos profissionais da media, acto que exige unir a busca da verdade com a rectidão e o respeito pelas pessoas, em particular, com o respeito pela ética profissional, assim como Biagio Agnes fez», apontou o Santo Padre.
Francisco alertou que bloco de notas e a caneta tornam-se «meros acessórios se faltar um olhar para a realidade e tem de ser um olhar real, não apenas virtual».
Para o Sumo Pontífice, «é necessário um olhar cuidadoso sobre o que está a acontecer para desarmar a linguagem e promover o diálogo», disse ao citar uma passagem da Mensagem para o 57.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, divulgada a 24 de Janeiro deste ano.
Francisco felicitou os premiados e encorajou «à difusão de uma informação correcta, educando e formando as jovens gerações», à semelhança de Biagio Agnes (1928-2011), protagonista da empresa pública de rádio e TV da Itália, «defensor do seu serviço público, capaz de intervir com sabedoria e decisão para garantir uma informação autêntica e correcta».
Na sua intervenção, o Papa falou ainda das grandes mudanças actuais que também desafiam o dia-a-dia do jornalista, «chamado a “gastar as solas dos sapatos” ou a caminhar pelas ruas digitais sempre a ouvir as pessoas que encontra».
In ECCLESIA