TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ (126)

TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ (126)

Quais os elementos essenciais do Sacramento da Eucaristia?

MATÉRIA E FORMA DO SACRAMENTO DA EUCARISTIA– A Sagrada Eucaristia é uma realidade multifacetada. E por isso tem muitos nomes, dependendo de qual o aspecto que desejarmos destacar. O ponto 275 do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (CCIC) refere: “A insondável riqueza deste sacramento exprime-se com diferentes nomes que evocam alguns dos seus aspectos particulares. Os mais comuns são: Eucaristia, Santa Missa, Ceia do Senhor, Fracção do pão, Celebração Eucarística, Memorial da paixão, da morte e da ressurreição do Senhor, Santo Sacrifício, Santa e Divina Liturgia, Santos Mistérios, Santíssimo Sacramento do altar, Santa Comunhão”.

Primeiro, discutamos o aspecto sacramental da Sagrada Eucaristia. Lembramos que os Sacramentos são sinais observáveis de realidades invisíveis. Em todos os Sacramentos, essa realidade invisível é a Graça. No entanto, na Eucaristia existe mais uma realidade que está presente: Jesus Cristo, em pessoa!

Quanto aos sinais que se podem observar – coisas, acções, palavras – e que têm de estar presentes para que os Sacramentos sejam válidos, o Catecismo da Igreja Católica (CIC) (nos1412 e 1333) sublinha que “os sinais essenciais do sacramento eucarístico são o pão de trigo e o vinho da videira, sobre os quais é invocada a bênção do Espírito Santo, e o sacerdote pronuncia as palavras da consagração ditas por Jesus durante a última ceia: «Isto é o meu corpo, que será entregue por vós… Este é o cálice do meu sangue…»”.

E assim temos os seguintes elementos:

1– Matéria Remota (as coisas que se usam). Há dois elementos essenciais e necessários para a celebração da Eucaristia: (1.1) pão de trigo e (1.2) vinho da videira (CCIC nº 279).

2– Matéria Próxima (as acções feitas sobre a Matéria Remota). São realizadas três acções importantes com o pão e o vinho: (2.1) são oferecidos; (2.2) o Espírito Santo é invocado e assim são consagrados o pão e o vinho; e (2.3) o Corpo e Sangue de Jesus Cristo é consumido (tomado). Estas são as três acções mais importantes da Liturgia Eucarística.

3– Forma (são usadas palavras ou orações). O pão e o vinho são consagrados separadamente, recorrendo-se a palavras diferentes, o que simboliza a separação do Corpo e do Sangue durante a morte de Nosso Senhor.

(3.1) Para o pão: “TOMAI TODOS E COMEI, ISTO É O MEU CORPO, QUE SERÁ ENTREGUE POR VÓS”.

(3.2) Para o vinho: “TOMAI, TODOS, E BEBEI: ESTE É O CÁLICE DO MEU SANGUE, O SANGUE DA NOVA E ETERNA ALIANÇA, QUE SERÁ DERRAMADO POR VÓS E POR TODOS PARA REMISSÃO DOS PECADOS. FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM”.

MINISTRO (SACERDOTE)– E o que há a dizer sobre quem administra ou impõe o Sacramento da Eucaristia?

O Catecismo da Igreja Católica responde no ponto 1410: “É o próprio Cristo, sumo e eterno sacerdote da Nova Aliança, que, agindo pelo ministério dos sacerdotes, oferece o sacrifício eucarístico. E é ainda o mesmo Cristo, realmente presente sob as espécies do pão e do vinho, que é a oferenda do sacrifício eucarístico”. Isto é, o CIC explica quem oferece o sacrifício (o sacerdote), sendo que o que oferece é o próprio Jesus Cristo (a vítima) – Jesus Cristo é ambos: é o sacerdote e a vítima. Hoje, Ele recorre/usa os padres (os actuais sacerdotes) para efectuar o sacrifício.

São Josemaría afirmou: “O sacramento da Ordem, com efeito, dota o sacerdote com a capacidade de emprestar a Nosso Senhor a sua voz, as suas mãos, todo o seu ser” (Homilia “Um Sacerdote para sempre”, 13 de Abril de 1973).

O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica confirma as palavras de São Josemaría no ponto 278: “É o sacerdote (Bispo ou presbítero), validamente ordenado, que age na Pessoa de Cristo Cabeça e em nome da Igreja”. Pois “sem o sacramento da Ordem ninguém tem o poder de transformar o pão e o vinho no Corpo e Sangue de Cristo”.

O sacerdote é o ministro, palavra que provém do Latim e significa “Servo”, que se empresta a Jesus Cristo, o Eterno e Sumo Sacerdote. Ele não é mestre nem é o Senhor, e não tem poder para mudar o que quer que seja nos Sacramentos. É sua obrigação obedecer às instruções do seu Senhor e Mestre, o qual ordenou: «Fazei isto em memória de mim» (Lucas 22:19; I Coríntios 11:24).

Pe. José Mario Mandía

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