Síria, a verdadeira história (19)

Temos armas muito poderosas

Temos a mais poderosa das armas: o Rosário. Quem reza o Rosário? Com certeza que vocês rezam o Rosário diariamente. Quantos de nós se atrevem a rezar o Rosário em plena rua, mostrando os Terços? (Vós podereis dizer) “não, por favor, isso não. Não. Eu trago o meu Terço comigo, mas bem escondido (num bolso) e rezo em silêncio”. Mas, digam-me, que mal é que o Rosário faz? Por favor, digam-me! Pode-se trazer uma metralhadora (à vista de todos), mas não se pode mostrar um Terço!? Em nossas casas rezamos antes e depois das refeições, mas quando estamos em algum lugar, com os nossos amigos, (vós podereis dizer) “mas faço isso para mim mesmo, discretamente”. Mas o que é isto? A quem é que estamos a ofender?

Eu dou sempre o mesmo exemplo. Pensemos numa jovem menina apaixonada. Olhem para a sua cara. Vejam os seus olhos… Mesmo que ela não vos diga, podem dizer: “esta menina está apaixonada. Pode-se ver nos seus olhos. Ela não o pode esconder”.

(Suponhamos isto). Por lei, é proibido as meninas jovens, apaixonadas, escreverem o nome dos seus amados em lugares públicos, porque esse facto ofende terceiros. Que ridículo!

É assim a nossa Fé, o amor por Jesus Cristo pode ser visto espelhado nos nossos olhos. A quem é que ofendemos com isso? Não podemos deixar Jesus escondido dentro das igrejas. Nós entramos numa igreja e dizemos-Lhe: “Jesus, eu amo-Vos tanto. Peço-Vos isto, conceda-me aquilo”. Mas, assim que saímos da igreja, dizemos-Lhe: “Senhor, fique onde está. Nem pense em sair daí. Porque se o fizer, não dá uma boa impressão (aos outros)”.

Imaginemos que a vossa esposa (ou marido) vos diz algo como isto: “Tu sabes que eu te amo muito, mas quando saímos à rua, como alguns não gostam disso, eu (na rua) não te conheço”. “Oh… este? (esta?) Não sei… é a primeira vez que o (a) vejo”.

Isto é amor? A nossa Fé é amor, é amor por Jesus Cristo. E não podemos silenciar esse amor. É o amor pelo qual devemos estar prontos a morrer. Se não (estamos prontos a morrer por esse amor) é porque, na realidade, não O amamos.

Uma mãe ama os seus filhos, e está pronta a dar a sua vida por eles. Quantas mães temos aqui? Digam-me, aqui e agora, que estão dispostas a dar a vida por um dos seus filhos, se tal for necessário, apenas porque o amam.

Este é o nosso amor por Jesus Cristo. Estejam prontos a dar as vossas vidas. Que os cristãos perseguidos nos possam inspirar. Possam eles dar-nos força. Possam eles sacudirem-nos e acordar-nos.

Acredito que trazem em si uma nova Primavera para a Igreja. Necessitam das nossas orações, muito, mas nós temos ainda uma maior necessidade deles e do seu exemplo.

Acabo com uma oração, um hino à Virgem Abençoada, um hino traduzido para o Arábico, do qual já vos falei: “À vossa protecção recorremos Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas nas nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, Ó Virgem gloriosa e bendita!”

Este é um dos seus hinos predilectos, que cantam com grande devoção, por entre lágrimas.

FIM

Irmã Maria da Guadalupe Rodrigo

(Tradução: Pe. José Mario Mandía e António R. Martins)

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