Síria, A Verdadeira História (17)

Chega de cobardia

Eis aqui os versos da canção sobre os Nazarenos da Síria e do Iraque:

“As areias do deserto estão ensopadas com o sangue e as lágrimas de Deus. Com a chegada da Escuridão, ela tinge as bandeiras do Terror. Eu caí no Iraque, eu caí na Síria. Mas agora estou novamente de pé. Mesmo que os meus joelhos tremam, eu caminho com o meu Credo e a minha Fé sustenta-me”.

“Sou um Nazareno, sou um Nazareno. Trago na minha voz uma mensagem que fala de ressurreição. E quando morrer, não morrerei, porque Deus marcou a minha alma com a letra ‘nun’”.

“Posso ouvir o sussurro da minha oração acima do ruído das Kalashnikov nas ruas de Mosul [no Iraque]. Quando carrego o fardo das minhas asas, que abro na forma de uma Cruz, e mesmo quando o Sol parece ter-se ido embora, consigo ver um pé calcando a serpente [a imagem de Maria Santíssima a pisar a serpente], eu vejo o triunfo do Amor”.

“Podem cortar-me a cabeça, podem queimar as minhas igrejas, podem expulsar-me da terra onde nasci, mas a minha Alma pertence a Deus. As vossas armas podem ter-vos convencido de que me puderam conquistar, mas o Espírito eleva-me para a Liberdade. A verdade não pode ser acorrentada. Em retribuição ao vosso ódio, ofereço-vos a outra face, amo a mão que martela o prego, e com o meu pescoço acaricio o teu punhal”.

“Pai, perdoai-os, eles não sabem o que fazem. Perdoai-nos, Filho, porque nós não fazemos o que Vós fizestes”.

Estas palavras exprimem exactamente o que os nossos cristãos perseguidos estão a sofrer na Síria. Pode parecer algo de extraordinário. Pode-se dizer: “Estes cristãos estão a viver algo que raramente acontece, algo que pertenceu a outros tempos”. Eles estão a viver o Evangelho! Eles não estão a fazer nada de novo.

É o Evangelho. Isto é o mesmo Evangelho que nós temos. «Eles perseguir-vos-ão» (João 15:20). E nós também o experimentamos nas nossas sociedades, onde há perseguições sanguinárias, perseguições pela espada. Mas existe uma perseguição subtil, uma muito poderosa.

Estes cristãos do Médio Oriente deveriam ter-nos acordado, dado um forte abanão. “Deixem-me comparar-me com eles”. Bem, eu sou como eles. Eles estão preparados para que lhes cortem as cabeças. Eles não renunciarão a Jesus Cristo. E nós [por outro lado] deixámos de nos revelar como cristãos. Não porque eles nos venham cortar as cabeças, mas porque assim não damos uma má impressão. Respeito humano, de forma a não ofender ninguém. Porque seremos isolados pelos outros, porque eles nos criticarão, eles rirão de nós. Mas chega de medos!

Estes cristãos ensinaram-nos a acordar. Ou sou cristão ou não sou. Não há meio termo. Já chega desta atitude. A última coisa que a Igreja dos nossos tempo precisa é de cobardes. Chega!

Irmã Maria da Guadalupe Rodrigo

(Tradução: Pe. José Mario Mandía e António R. Martins)

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