Práticas diárias de oração
A vida cristã é uma vida moral e espiritual: ligação com Deus, com os outros e com a criação. É uma vida diária na presença de Deus, ou seja, uma vida de oração. Tal como os discípulos, nós pedimos ao Senhor: «Senhor, ensina-nos a orar» (Lc., 11, 1).
A seguir, algumas sugestões para a oração diária: orações, ou ditos, citações que são úteis para muitas pessoas.
Quando alguém acorda, senta-se ao lado da cama e reza: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Obrigado, Senhor, pela noite que acabou de passar.
Nesse dia eu escutaria a voz de Deus (cf. Sl., 95, 7). Invocamos diariamente a graça do Espírito Santo: Vem, ó Espírito Santo, enche o coração dos fiéis…
Contemplando o novo dia: Caro Senhor. Ofereço-Vos este dia através do Vosso Filho Jesus Cristo no Espírito Santo: Dai-nos neste dia o pão nosso de cada dia. Guardai-nos neste dia sem pecado – “Nas tuas mãos, Senhor, eu louvo o meu espírito”.
A leitura da Bíblia, a oração do Salmo ou alguns versículos também podem ser uma boa opção. Alguns favoritos (frases editadas):
O Senhor é minha luz e salvação, de quem terei medo? (Sl., 27, 1);
Como suspira a corça pelas águas correntes, assim a minha alma suspira por ti, ó Deus (Sl., 42, 1);
Vede como é bom e agradável que os irmãos vivam unidos (Sl., 133, 1);
Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os construtores (Sl., 127, 1);
Ó Senhor, não me abandones no tempo da velhice (Sl., 71, 1 e 9);
Por isso, não desfalecemos, e mesmo se, em nós, o homem exterior vai caminhando para a ruína, o homem interior renova-se, dia após dia (2 Cor., 4, 16);
Os sofrimentos do tempo presente não têm comparação com a glória que se há de revelar em nós (Rm., 8, 18);
Isto é o que o Senhor vos pede, só isto: Agir com justiça, amar ternamente e caminhar humildemente com o vosso Deus (Mi., 6, 8).
Pode-se apelar aos santos da nossa devoção; acima de tudo, e em primeiro lugar, a Nossa Senhora: Mãe Maria, São José, São Domingos, Santa Teresa de Ávila, São João Paulo II, Santa Teresa de Calcutá, nossa mãe… – Roguem por nós. A recitação de um mistério do Rosário, aqui e ali, é sempre um recurso fácil e frutuoso. Ou simplesmente dizer um Pai Nosso ou uma Áve Maria, ou um Glória…
A recitação de orações favoritas ajuda muitas pessoas: Rezo para que sejas os nossos olhos e nos observes para onde vamos (“A Oração”);
Tu fizeste-nos por Ti e os nossos corações estão inquietos até que descansem em Ti (Santo Agostinho);
A vida é uma série de momentos ou vividos ou perdidos (“Diz o Budista”);
Senhor Jesus Cristo, tende piedade de mim, um pecador (“O Peregrino Russo”);
Adquira a paz interior, e milhares à sua volta encontrarão a libertação (São Serafim);
Nada te perturbe, nada te espante… Só Deus basta (Santa Teresa de Ávila);
No entardecer da vida seremos julgados sobre o amor (São João da Cruz);
Somente vemos bem com o coração; O essencial é invisível aos olhos (“O Pequeno Príncipe”);
Saber e não fazer, ainda não é saber.
Somos o Povo da Páscoa e o Aleluia é a nossa canção!
O nosso trabalho é a nossa modesta contribuição para a criação de Deus e a sua constante renovação. Precisamos de rezar e trabalhar (São Bento). Palavras a ponderar:
“Quando se trabalha com amor, ligamo-nos a nós próprios, e uns aos outros, e a Deus… E se não pode trabalhar com amor, mas apenas com aversão, é melhor deixar o trabalho e sentar-se à porta do templo e receber esmolas daqueles que trabalham com alegria” (Kahlil Gibran, “O Profeta”);
Deve haver um tempo para relaxar, diariamente. Pode-se apenas caminhar sem descanso ou sentar-se em silêncio num parque e saudar calorosamente os companheiros de assento, contemplando o sorriso contagiante de uma criança, o rosto sereno de uma mulher idosa, as folhas de uma árvore movidas pelo vento, o canto de um pássaro…;
Tome algum tempo diariamente para um exercício adequado. Como mordomos da nossa própria vida, tentemos comer alimento saudável, dizendo a nós próprios para não comermos ou bebermos em demasia. Repito para mim mesmo: a maneira mais saudável e feliz de viver é a de Jesus.
É uma alegria e uma cura fazer alguns actos de compaixão diários. A oração liga-nos a Deus. A compaixão liga-nos aos outros, particularmente aos necessitados, aos doentes e aos pobres. A nossa misericórdia para com os necessitados – ou falta dela – será examinada no nosso último julgamento. Repetimos para nós próprios as palavras de Jesus: «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes» (Mt., 25, 40). Uma saudação gentil, um Pai Nosso para todos os nossos companheiros no autocarro, esmolas para o velho pobre à porta do templo… – são pequenos actos de compaixão!
E antes de ir para a cama! Sentamo-nos ao lado da cama e rezamos. É muito saudável para nós, fisicamente e espiritualmente, pedir perdão a Deus, e àqueles a quem temos – ou poderíamos ter – ofendido. Por sua vez, perdoamos aqueles que nos ofenderam. Contamos as nossas bênçãos!;
Obrigado, Senhor. Desculpa, Senhor. Ajudai-me, Senhor. Eu amo-te, Senhor!;
Dar descanso eterno àqueles que morreram hoje, e aos nossos entes queridos;
Nas vossas mãos elogio o meu espírito;
Dai-nos uma noite tranquila e um fim sagrado;
Jesus, Maria, São José, São Francisco, São Martinho de Porres, São Padre Pio…, nosso Anjo da Guarda, nossa mãe… – Roguem por nós;
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Boa noite;
(A propósito, se não conseguir dormir uma noite, não conte as ovelhas, mas “fale com o pastor”).
Pe. Fausto Gomez, OP