Vaticano atento à juventude e aos pobres de Macau.
O Papa Francisco manifestou grande interesse pela diocese de Macau, especialmente com a juventude, o Seminário, os pobres e a relação com a Igreja na China. Foi esta a ideia que o bispo D. Stephen Lee transmitiu a’O CLARIM, após a visita “ad limina apostolorum”, realizada à Santa Sé entre os dias 18 e 24 de Junho.
Ao longo da hora e meia que durou o encontro no passado sábado, «o Papa Francisco foi muito paciente e cordial em ouvir, e mostrou grande interesse pelos assuntos da Diocese», referiu o prelado, através de uma missiva enviada pelo Paço Episcopal, acrescentando que o encontro «foi frutífero», em resultado do «convívio de união com o Papa e com os membros da Cúria».
D. Michael Yeung, bispo de Hong Kong, e D. Joseph Ha, bispo-auxiliar da Região vizinha, também realizaram a visita “ad limina apostolorum” em representação da diocese de Hong Kong.
«Sobre a China, a posição do Vaticano é muito clara. O Vaticano não quer irritar ninguém; não quer dar nenhum passo errado [pela Igreja], mas ao mesmo tempo deve fazer algo pelo bem da Igreja e da sociedade chinesa», vincou D. Michael Yeung à AsiaNews.
«A questão religiosa é um pouco como os assuntos comerciais», exemplificou o prelado de Hong Kong, para quem, embora os Estados Unidos e a China continuem a «concordar em algumas coisas e a discordar noutras», é certo que «continuam a dialogar».
«O mesmo aplica-se a nós: precisamos de continuar a conversar. As relações diplomáticas não se estabelecem da noite para o dia. Entre o Vaticano e os Estados Unidos, ou entre o Vaticano e a Grã-Bretanha, foram necessários quase duzentos anos… Nós temos de ser pacientes, a China tem cinco mil anos de história e o diálogo leva tempo», sublinhou D. Michael Yeung.
Antes do encontro com o Papa, os três bispos reuniram com responsáveis de vários dicastérios e conselhos pontifícios do Vaticano. Foram abordados diversos temas relacionados com aspectos da evangelização, tais como a catequese, o baptismo, as famílias leigas, o mundo dos negócios, o diálogo inter-religioso, as “24 Horas para o Senhor” e o Dia Mundial dos Pobres.
A última visita “ad limina apostolorum” remonta a 2008, devendo-se o longo hiato de tempo à sucessão pontifícia em 2013 e à mudança dos episcopados de Macau e Hong Kong, razão pela qual a que deveria ter acontecido há cinco anos não chegou a concretizar-se.
PEDRO DANIEL OLIVEIRA
com Benedict Keith Ip e AsiaNews