Escola de São Paulo inaugurou exposição sobre o Político Italiano

Giorgio La Pira, o dominicano que sentou a China na ONU.

“Giorgio La Pira: Advocator for Peace Crusader for China” é o nome da mais recente exposição organizada pela Escola São Paulo, que foi inaugurada na passada segunda-feira, nas instalações do estabelecimento de ensino.

Jornalista, político e dominicano – note-se que a Escola São Paulo é dirigida pela Ordem Dominicana em Macau – Giorgio La Pira deu um importante contributo para o voto favorável da Itália à entrada da República Popular da China na Organização das Nações Unidas (ONU), em 1971.

Entre outros cargos de relevo, La Pira notabilizou-se enquanto presidente da Câmara de Florença, entre 1951 e 1965, tendo-se igualmente destacado como membro da Ordem Dominicana.

O desconhecimento generalizado, principalmente no Oriente, sobre a vida e obra de Giorgio La Pira levou os responsáveis da Escola São Paulo – liderada pelo padre Alejandro Salcedo – a organizarem esta exposição, com objectivo de dar a conhecer aos alunos, professores e à população em geral o percurso de mais um “servo de Deus” (assim é denominado pelos seus seguidores), cujo reconhecimento após a sua morte continua a ser uma realidade, por meio de inúmeras actividades académicas e manifestações populares.

Em Janeiro de 1986 iniciou-se o processo de beatificação de Giorgio La Pira, que em 2005 foi remetido para a Congregação para a Causa dos Santos (Vaticano).

Presente na cerimónia de inauguração da exposição, o representante da Missão da Santa Sé em Hong Kong, Ante Jozic, começou por afirmar que «La Pira foi um líder forte na promoção da Paz e dos Direitos Humanos em Itália e no resto do mundo», sendo que «o seu activismo político foi inspirado na sua profunda fé católica e na boa educação que recebeu da família e da escola».

O monsenhor lembrou que Giorgio La Pira foi funcionário do jornal do Vaticano L’Osservatore Romano, tendo chegado a receber protecção da Igreja Católica durante alguns anos, em que correu perigo de vida.

«Foi amigo íntimo de dois Papas, tendo apoiado a decisão do Papa João XXIII de convocar o Concílio Vaticano II. Ajudou muitos bispos da Europa de Leste e da União Soviética» a participarem nos trabalhos do Concílio, sublinhou o monsenhor Ante Jozic, concluindo: «Com a sua vida, fé e acção, deu-nos um exemplo de como viver e trabalhar para a Paz, e melhorar a sociedade e cada pessoa. Que o seu exemplo continue a ser uma inspiração para nós na nossa vida e no nosso trabalho».

Para além do monsenhor Ante Jozic, também foram convidados para a inauguração o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, o chanceler da diocese de Macau, padre Manuel Machado e o reitor da Universidade de São José, padre Peter Stilwell.

José Miguel Encarnação

jme888@gmail.com

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