Cruz deve ser sinal de «amor a Deus e ao próximo»
O Papa criticou no passado Domingo quem faz do crucifixo um objecto decorativo ou de superstição, sublinhando que a Cruz de Jesus deve ser sinal de quem vive «sem reservas, por amor a Deus e ao próximo».
«A cruz é um santo sinal do Amor de Deus e do Sacrifício de Jesus, e não deve ser reduzida a um objecto supersticioso ou a uma joia ornamental», advertiu, perante os peregrinos reunidos na Praça de São Pedro para a recitação do Ângelus.
Francisco referiu que a vida dos cristãos é «sempre uma luta» contra o espírito do mal e que a cruz representa as atitudes que devem tomar.
«Pensando nisso, certifiquemo-nos de que a cruz pendurada na parede da casa, ou a pequena cruz que trazemos ao pescoço, é um sinal do nosso desejo de nos unirmos a Cristo no serviço amoroso aos nossos irmãos, especialmente aos mais pequenos e frágeis», indiciou.
A intervenção partiu da passagem do Evangelho lida no último Domingo nas igrejas de todo o mundo, na qual Jesus anuncia o «seu mistério de morte e ressurreição, humilhação e glória».
«As suas palavras não são compreendidas, porque os discípulos têm uma fé ainda imatura e demasiado ligada à mentalidade deste mundo. Eles pensam numa vitória, demasiado terrena, por isso não entendem a linguagem da cruz», explicou o Pontífice.
O Papa alertou para a tentação de fugir da «Cruz de Jesus» e apresentou o «caminho do verdadeiro discípulo», exemplificado em duas atitudes:
«A primeira é desistir de si mesmo, o que não significa uma mudança superficial, mas uma conversão, uma reviravolta de mentalidade e de valores», apontou.
«A outra atitude é tomar a própria cruz. Não se trata apenas de suportar com paciência as tribulações quotidianas, mas levar com fé e responsabilidade a dimensão de cansaço e de sofrimento que a luta contra o mal acarreta», acrescentou.
A reflexão concluiu-se com uma oração: «Que a Virgem Maria, unida ao seu Filho no Calvário, nos ajude a não recuar perante as provações e os sofrimentos que o testemunho do Evangelho implica».
Após a recitação do Ângelus, o Papa deixou uma saudação particular à comunidade religiosa de Timor-Leste na Itália, cuja delegação se fez acompanhar de bandeiras do país lusófono, na Praça de São Pedro.
In ECCLESIA