Católicos de Macau rezaram pela Paz
O Papa Francisco pediu e os católicos de língua portuguesa de Macau corresponderam. Cerca de duas centenas e meia de pessoas rezaram, em Português, ao início da noite da passada quarta-feira, pela paz no mundo, e em particular na Ucrânia, depois de o Sumo Pontífice ter convocado para o início da Quaresma uma jornada mundial de jejum e oração.
A diocese de Macau associou-se ao apelo do Papa Francisco e o bispo D. Stephen Lee pediu que todas as paróquias do território promovessem, durante uma hora, a adoração pública do Santíssimo Sacramento, como lembrou o padre Daniel Ribeiro. «O Papa Francisco pediu a concelebração, obrigatória para os católicos, de um período de adoração ao Santíssimo Sacramento, de um momento de oração pública, de oração na Igreja, em especial pela paz no mundo», sublinhou o vigário paroquial da Sé Catedral, em declarações a’O CLARIM.
A oração pela paz em língua portuguesa decorreu na igreja da Natividade de Nossa Senhora, durante a Eucaristia de imposição das cinzas que pautou o início do período da Quaresma, sendo que a iniciativa repetiu-se nas outras oito paróquias de Macau. Durante a homilia, o padre Eduardo Aguero, missionário da Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração (Dehonianos) do Jesus, evocou a situação na Ucrânia e lembrou que todo o mal «nasce no coração do homem». Esta posição foi posteriormente defendida pelo padre Andrzej Blazkiewicz, que também concelebrou a Eucaristia. «Na Ucrânia, a guerra teve início há uma semana e tocou as pessoas em diversas partes do mundo, mas, como se já deve ter dado conta, na Síria a guerra prolonga-se há muitos mais anos. Há muitos mais anos que o conflito destrói a realidade que o povo vive e é difícil achar a solução ou identificar os culpados, porque, na verdade, todo o conflito, todo o mal sai do coração. Nasce do coração humano que não se relaciona bem consigo mesmo, com Deus e com o outro», disse o missionário do Caminho Neocatecumenal.
Natural da Polónia, país que desde o início do conflito armado já recebeu mais de 450 mil refugiados oriundos da Ucrânia, o padre Andrzej Blazkiewicz considera que a jornada mundial de oração e de jejum pela paz, convocada pela Papa Francisco, constitui, sobretudo, um apelo à união em torno dos ideais da paz e da fraternidade: «A oração é um convite à união. Repare como o mundo inteiro se une e nós podemos ver que as forças malignas não conseguem driblar esta união. Se nós nos unirmos, qualquer que seja a forma de participar – seja a oração, seja o sacrifício, seja a atenção, seja com ajuda material ou com pessoas que regressam para ajudar a defender –, tem que ser vista como uma força».
M.C.