ONU ACUSA BOKO HARAM DE VIOLÊNCIA «QUASE INIMAGINÁVEL».
O grupo terrorista islâmico Boko Haram, que pretende a instauração de um “califado” nas regiões que controla, essencialmente no norte da Nigéria, tem sido responsável por uma verdadeira campanha de terror na região.
Segundo Stephen O’Brien, coordenador humanitário da ONU, a violência «quase inimaginável» do Boko Haram sobre as populações civis é «hedionda, bárbara e inadmissível».
Esta acusação ocorre numa altura em que a ofensiva militar contra os redutos do grupo terrorista tem vindo a revelar uma situação de verdadeira calamidade.
Organizações humanitárias a operar na região, como os Médicos Sem Fronteiras (MSF), calculam que cerca de 500 mil pessoas encontram-se numa situação extremamente difícil.
Hugues Robert, responsável local dos MSF, fala mesmo em populações que se encontram em condições «terrivelmente alarmantes», referindo especialmente uma vasta área que inclui o norte da Nigéria mas também parte dos territórios fronteiriços de países como o Chade, Níger e Camarões, que também têm sido palco de acções terroristas do Boko Haram.
Desde que assumiu a presidência da Nigéria, no ano passado, Muhammadu Buhari tem prometido derrotar militarmente o Boko Haram. Liderando uma força regional que inclui militares dos Camarões, Chade e Níger, a Nigéria tem conseguido recuperar parcelas significativas do território que estava nas mãos dos islâmicos.
Desde o início do conflito, em 2009, cerca de 2,5 milhões de nigerianos fugiram das suas casas por causa dos ataques do grupo terrorista. Calcula-se que mais de vinte mil perderam a vida, desde então, e milhares de pessoas terão sido raptadas.