Os Jovens, sempre os Jovens

JÁ AGORA!

Os Jovens, sempre os Jovens

Embora O CLARIM venha desde a primeira edição da Jornada Mundial da Juventude dando a conhecer aos leitores os seus factos, umas vezes com recurso a diversas fontes, outras vezes por meio do envio de correspondentes às cidades organizadoras, tive pela primeira vez a possibilidade de testemunhar, in loco, os dias que antecedem uma JMJ, bem como o seu início.

A primeira impressão ao chegarmos ao aeroporto é a de que tudo aquilo que sabíamos vir a acontecer é agora uma realidade, com cor e cheiro. Há cartazes aqui e ali, sobressaindo sempre o logótipo do evento – muito felizes os criativos que o conceberam –, com a inscrição “JMJ Lisboa 2023”.

A imagem de marca reproduz-se por toda a cidade, sendo já visíveis os casacos amarelos dos milhares de voluntários inscritos e, posteriormente, seleccionados. A população divide-se entre fiéis que tencionam juntar-se aos jovens, fiéis que terão na televisão o meio para “chegar” ao Papa, fiéis que integrados em grupos de trabalho dão os seus dias e noites a mais uma missão de vida, e fiéis (e não fiéis) que entre críticas e elogios sabem que Lisboa vai deixar de ser apenas sua, passando a capital do mundo.

De todos os quadrantes chegam jovens peregrinos, acompanhados por padres, irmãs, tutores, e outras tantas gentes que deixando os seus de sangue para trás, se dedicam aos filhos de outrem. Tudo para que estes possam viver uma experiência inesquecível. Por estes dias há mais de tudo: por força da profissão, reparo que há mais jornalistas, mais fotógrafos, mais operadores de imagem, mais carros de exteriores, mais policiamento… ou não se tratasse do maior evento juvenil do mundo, ainda para mais católico e, claro está, sempre com a presença do Santo Padre.

O programa, esse, não é um só, havendo vários programas pensados para os dias que antecedem a JMJ, propriamente dita, e até para os dias em que Francisco já esteja em território luso. A dificuldade está em conciliar o programa oficial delineado entre os protocolos do Palácio de Belém e da Secretaria de Estado da Santa Sé, e os outros pensados ad hoc pelo Comité Organizador Local da JMJ. É que para além de ser o líder religioso dos católicos, o Papa é o chefe do Estado do Vaticano e há compromissos e relações diplomáticas a cumprir e intensificar.

Logo no início do seu mandato, Francisco nomeou as periferias como principal prioridade. Neste prisma, depois do Rio de Janeiro, de Cracóvia e do Panamá, a cidade de Lisboa foi uma escolha natural, uma vez que é a capital mais periférica da Europa e havia a vontade manifestada pelo Papa em 2017, aquando da canonização dos Pastorinhos Francisco e Jacinta Marto, de regressar a Portugal. Na ocasião muito se especulou sobre qual seria o motivo para uma segunda deslocação ao país de Fátima. A resposta foi dada na última Jornada Mundial da Juventude, realizada no Panamá em 2019: os JOVENS!!! Sempre os Jovens!

José Miguel Encarnação

Em Portugal

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