Santa Sé, um Estado com memória

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Santa Sé, um Estado com memória

A viagem do Papa Francisco a Malta era aguardada há já algum tempo. Foi, aliás, mais um dos destinos adiados pelo Santo Padre desde que eclodiu a pandemia de Covid-19.

Na viagem de dois dias que efectuou ao pequeno país mediterrânico, Francisco voltou a lembrar àqueles que vivem o “hoje”, esquecendo-se do “ontem”, que o problema dos refugiados não surgiu agora que a Rússia invadiu a Ucrânia, mas que este flagelo já vem muito de trás.

Uma guerra à porta de casa tem sempre outro impacto, fazendo com que o sentimento de pertença comum ganhe maior intensidade em cada ser humano. Acontece que num mundo que se foi naturalmente (ou artificialmente…) globalizando, o pesadelo das guerras, com todas as consequências dele resultante, a todos afecta, tenha lugar na Europa, em África ou na Ásia.

A Santa Sé e o seu líder têm memória e não esquecem quem, apesar de longe da vista e do coração, sofre os mesmos horrores que os nossos irmãos ucranianos e russos (sim, porque tanto opressores como oprimidos são vítimas da guerra, embora em escalas diferentes). Daí as constantes referências de Francisco às vítimas dos conflitos que se vão travando no Ocidente, em África e na Ásia. «Penso nos Rohingya», chegou a afirmar o Sumo Pontífice, numa das suas intervenções em Malta.

José Miguel Encarnação

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