«Rezem como quem respira»
O Papa desafiou os católicos a rezar como quem «respira», sem interrupção, integrando momentos de «recolhimento e meditação» nas actividades de todos os dias.
«A oração é a respiração da vida e todos somos convidados a vivê-la, para que se torne uma oração ininterrupta. É o fulcro da existência cristã, como a respiração, que não pode faltar», disse Francisco, durante a última audiência geral das quartas-feiras, no Pátio de São Dâmaso do Palácio Apostólico do Vaticano.
A intervenção começou por citar a obra “Relatos de um Peregrino Russo” – um conjunto de narrativas do Século XIX – para lançar aos presentes o desafio de repetir uma oração, várias vezes por dia: “Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tem piedade de mim, pecador!”. «É uma oração que, pouco a pouco, se adapta ao ritmo da respiração e se estende ao longo do dia. Com efeito, a respiração nunca pára, nem sequer quando dormimos; e a oração é a respiração da vida», precisou o Papa.
Francisco disse que no interior de cada católico deve haver um «fogo sagrado, que arda continuamente», apesar das exigências e dificuldades de cada dia. «A oração é uma espécie de pauta musical, onde colocamos a melodia da nossa vida», sublinhou.
A reflexão rejeitou qualquer separação entre oração e trabalho, considerando «perigoso» perder o contacto com a realidade e promover uma vida espiritual «alienada». «As mãos juntas do monge carregam os calos daqueles que empunham pás e enxadas», referiu Francisco, para quem «o trabalho e a oração são complementares».
No final do encontro, o Papa deixou uma saudação aos fiéis de língua portuguesa: «Queridos irmãos e irmãs, neste mês de Junho, dedicado ao Sagrado Coração, podemos experimentar na oração o convite a ir ter com Jesus, levando as nossas canseiras e dificuldades, para encontrar descanso e aprender dele, que é manso e humilde de coração. Deus vos abençoe».
Francisco falou ainda da celebração, esta sexta-feira, da Solenidade do Coração de Jesus, «no qual o amor de Deus se fez encontro com toda a humanidade». «Convido cada um de vós a olhar com confiança para o Sagrado Coração de Jesus e a repetir muitas vezes, sobretudo durante este mês de Junho: Jesus, manso e humilde de coração, transforma os nossos corações e ensina-nos a amar Deus e o próximo com generosidade», concluiu.
In ECCLESIA