Bispos defendem expressões “pai” e “mãe”
A Conferência Episcopal Francesa (CEF) manifestou a sua oposição à proposta governamental que os documentos administrativos nas escolas deixassem de contemplar as opções “mãe” e “pai”.
“Mais uma vez, lamentamos ver uma tentativa no Parlamento que, sob o pretexto de unificar procedimentos administrativos, desconstrói a realidade da família”, refere uma nota assinada por D. Bruno Feillet, presidente do Conselho Família e Sociedade da CEF.
O bispo auxiliar de Reims considera que as referências a “pai” e “mãe” não são “atrasadas” ou “ultrapassadas”, pelo que a escola “deve participar dessa percepção profundamente estruturante”.
“Esta asseptização da vida familiar representa a enésima metamorfose da teoria de género, que desejaria que fosse indiferente ter pais do mesmo sexo ou de sexo diferente. Além disso, em nenhuma família, incluindo as poucas famílias onde há dois adultos do mesmo sexo, ninguém se apresenta como pai 1 e pai 2”, acrescenta o texto, pedindo que o “bom senso” prevaleça.
Alguns deputados da bancada parlamentar do partido do Presidente Emmanuel Macron, o República em Marcha, propuseram que os documentos administrativos nas escolas deixassem de contemplar as opções “Mãe” e “Pai”, para que estas fossem substituídas por “Encarregado 1” e “Encarregado 2”.
A emenda foi apresentada a 12 de Fevereiro e chegou a ser aprovada; os deputados propõem agora que possa ser seleccionado, no caso de cada encarregado, a opção “mãe” ou “pai”.
Guerra: pobres pagam a factura
O Papa falou na passada terça-feira da «calamidade das guerras» como o «dilúvio» dos tempos actuais, que toca sempre os mais carenciados e desfavorecidos da sociedade.
Durante a homilia da habitual missa matinal na Casa de Santa Marta, Francisco reflectiu sobre a passagem do dilúvio narrada no Livro do Génesis, para dizer que ontem como hoje quem «paga a factura são os mais fracos, os pobres, as crianças, aqueles que não têm recursos para seguirem para diante».
«Não creio que os tempos actuais sejam melhores do que os tempos do dilúvio: as calamidades são mais ou menos as mesmas, as vítimas são mais ou menos as mesmas», reforçou o Papa, que lembrou dramas como as «crianças-soldado» ou órfãs porque «os pais foram massacrados pelas guerras».
«Pensemos na quantidade de crianças famintas, sem educação, de crianças que não podem crescer em paz», prosseguiu Francisco, para quem é preciso pedir «a graça de um coração como o coração de Deus, que se pareça com o coração de Deus, um coração de irmãos com os irmãos, de pai com os filhos, de filhos com os pais».