Fórmula 1 – Época de 2018

Vettel venceu em Inglaterra. Irá Hamilton vencer na Alemanha?

Começamos com um pequeno apontamento sobre o que aconteceu no Grande Prémio do Reino Unido. Na primeira volta, escassos metros após a largada, Kimi Raikkonen (Ferrari) deu um toque no carro de Lewis Hamilton (Mercedes). Devido a este incidente, Hamilton teve que recomeçar a corrida da última posição. Raikkonen, esse, foi penalizado em apenas dez segundos (!?), e assim conseguiu terminar a prova no terceiro lugar, amealhando preciosos pontos para a Ferrari. O seu companheiro de equipa, Sebastian Vettel, venceu a corrida, afastando-se de Hamilton no duelo que travam para ver qual deles será o próximo pentacampeão do mundo de pilotos.

Tanto os presentes no autódromo como os telespectadores ficaram – no mínimo – incomodados com o que aconteceu. Hamilton havia conquistado a pole-position e, muito provavelmente, se não tivesse sido tocado por Raikkonen, teria vencido a prova. Claro que este não é um dado adquirido, pois é difícil garantir se venceria ou não, mas a verdade é que o piloto britânico acabou a corrida no segundo lugar a apenas 2,2 segundos do Ferrari de Vettel. Neste prisma, de facto, tudo poderia ter sido muito diferente.

Nico Rosberg, ex-campeão do mundo pela Mercedes, tentou “por água na fervura”, tendo afirmado que se tratou de um toque fortuito. Já Hamilton não foi tão benevolente e fez referência ao sucedido apelidando-o de «estranhas tácticas»… No “paddock” esta declaração ficou no ar. A Ferrari não merecia isto e não precisava disto, mas “no melhor pano cai a nódoa”. Veremos o que vai acontecer este fim-de-semana na Alemanha.

Na corrida anterior fora Vettel que “despachara” Valtteri Bottas com um toque idêntico, o que atrasou o piloto finlandês da Mercedes que viria a abandonar a prova com problemas na caixa de velocidades. Na realidade, os dois Mercedes não completaram a corrida devido a problemas mecânicos.

Como já referimos, este fim-de-semana disputa-se o Grande Prémio da Alemanha no Circuito de Hockenheim (Hockenheimring). Este autódromo foi construído em 1939 para a Mercedes Benz testar os carros que defrontaram os Alfa Romeo italianos no Circuito de Trípoli. O traçado era no mínimo estranho. Com quase oito quilómetros, tinha duas longas rectas encurvadas, unidas por uma curva larga em cada topo. Foi abandonado durante a Segunda Guerra Mundial. Depois do conflito, o Circuito de Hockenheim foi reparado e remodelado, mas acolheu apenas alguns pequenos eventos desportivos, sem expressão.

O circuito de eleição era (e é?) Nurburgring, especialmente a “variante norte”. Em 1968 o então multicampeão do mundo de pilotos Jim Clark sofreu um acidente mortal ainda não completamente esclarecido no “Circuito da Floresta”, como era conhecido Hockenheim, e perdeu notoriedade. Apesar de ter sido melhorado, só era usado para corridas secundárias e testes. Durante algum tempo, o autódromo alemão de eleição foi o “Ring”, nome pelo qual ainda hoje é conhecido o Circuito de Eifel. Acontece que após o aparatoso e quase mortal acidente de Niki Lauda em 1976, foi decidido utilizá-lo apenas para provas secundárias e testes. Foi então que Hockenheim, também depois de várias alterações, passou a ser o palco dos “Grandes Prémios” alemães em diversas categorias. O traçado é muito rápido, o que é propício aos Mercedes e Ferraris. Há uma zona, a que chamam “estádio”, em que os espectadores são obrigados a acompanhar a corrida pelos ecrãs de televisão, uma vez que apenas conseguem ver ao vivo quinze por cento da pista.

A agenda para o Grande Prémio da Alemanha está assim escalonada (horário de Macau): Treinos livres 1, hoje, 17 horas – 18 horas e 30; treinos livres 2, hoje, 21 horas – 22 horas e 30; treinos livres 3, sábado, 18 horas – 19 horas. Provas de qualificação: Sábado, 21 horas – 22 horas. Corrida: Domingo, 21 horas e 10.

 

BUDAPESTE

Entre os dias 27 e 29 de Julho será a vez do Grande Prémio da Hungria, em Budapeste. O Circuito de Hungaroring é de eleição para a Ferrari e seus “tifosi”. Hungaroring recebeu pela primeira vez os bólides de Grande Prémio em 1930, e ali se disputou a ultima corrida deste tipo de carros – os predecessores dos Fórmula 1 actuais. Com a implantação do Comunismo e da “Cortina de Ferro”, só em 1980, graças ao empenho de Bernie Ecclestone (na altura o patrão da Fórmula 1), é que a capital da Hungria voltou a ouvir o som de carros de corrida internacionais, visto que desde 1960 apenas recebeu provas locais, principalmente de carros de turismo. Ainda se pensou fazer uma corrida dentro da cidade de Budapeste, mas optou-se por um autódromo a ser construído de raiz a dezanove quilómetros da capital.

A primeira corrida de Fórmula 1 teve lugar em 1986 e foi um sucesso instantâneo, o que chamou a atenção do mundo e das autoridades soviéticas. Mais de duzentos mil espectadores assistiram à primeira prova. E não eram apenas húngaros. O circuito em si é sinuoso, devido às especificidades do terreno, com uma recta longa e muito rápida, subidas e descidas, sendo os dois lados quase idênticos. A maioria dos pilotos gosta do traçado. Foi aqui que Thierry Boutsen venceu Ayrton Senna por apenas três décimos de segundo e onde se viu o brasileiro ser desfeiteado por duas vezes no final da recta da meta pelo seu compatriota Nelson Piquet.

Hungaroring é muito rápido, mas também muito abrasivo, o que pode beneficiar qualquer um dos “quatro grandes” (Ferrari, Mercedes, Red Bull e Renault).

O Grande Prémio da Hungria segue o mesmo horário do Grande Prémio da Alemanha: Treinos livres 1, hoje, 17 horas – 18 horas e 30; treinos livres 2, hoje, 21 horas – 22 horas e 30; treinos livres 3, sábado, 18 horas – 19 horas. Provas de qualificação: Sábado, 21 horas – 22 horas. Corrida: Domingo, 21 horas e 10.

Manuel dos Santos

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