Amizade verdadeira e significativa
«Negar-se a si mesmo é a chave para aceitar o outro como ele é, não como gostaríamos que fosse. Este princípio é essencial para quem busca relações de amizade verdadeiras e significativas». São palavras de Rafael Alvira, filósofo que soube expressar com precisão a realidade profunda da vida de cada dia.
Quando nos colocamos no centro de todas as coisas, a visão das pessoas ao nosso redor torna-se distorcida. Acabamos por ver os outros como extensões dos nossos desejos em vez de os vermos como eles são. Para realmente sermos amigos de uma pessoa, é necessário abraçar a realidade do outro como ele é, com todos os seus defeitos e virtudes.
O único modo de ter amigos é aceitar o “sofrimento” que isso obrigatoriamente traz consigo. Muitas vezes, pensamos na amizade como uma fonte constante de alegrias e apoio, mas a realidade é que qualquer relacionamento genuíno envolve dificuldades e sacrifícios.
Quando somos verdadeiramente amigos de alguém, assumimos a responsabilidade de estar ao lado dessa pessoa nos bons e nos maus momentos. Isso significa estarmos dispostos a suportar a dor de um desentendimento, a preocupação com o bem-estar do outro e, às vezes, a tristeza de ver um amigo passar por momentos penosos.
No entanto, é precisamente nesses momentos que as amizades “ganham raízes”, pois é quando demonstramos, através das nossas acções, que estamos dispostos a sacrificar o nosso conforto pelo amigo. Quando amamos de forma genuína, experimentamos uma alegria mais profunda do que aquela que qualquer prazer egoísta pode proporcionar.
Amarmos e sermos amados conecta-nos a algo maior do que nós mesmos; é um caminho que leva a uma vida rica em significado e, no fim das contas, à verdadeira e genuína felicidade.