Recomendar bons livros
Não existe nenhuma fórmula mágica para entusiasmar os mais novos com o hábito da leitura. No entanto, todos os estudos coincidem em apontar que a atitude dos pais é um factor essencial para conseguir que os filhos leiam.
Quando falta o hábito de leitura numa casa, sempre se pode tentar suprir essa lacuna com outros meios. Porém, se os pais gostam de ler e os filhos vêem que eles dedicam um tempo real aos livros, a missão de transmitir essa “dimensão essencial” da vida fica muito facilitada.
Um bom livro é um meio fundamental para fazer crescer o mundo interior. E isto não é somente porque ler ajuda a obter novos conhecimentos, mas também porque nos permite, à volta da leitura, dedicar-nos à reflexão.
Quantas vezes temos a experiência de que um livro é mais benéfico pelo estímulo que produz no nosso mundo interior do que propriamente pela informação que nos transmite!
A possibilidade que temos de interromper a leitura para, a partir dela, pensar por conta própria, é talvez uma realidade que se esquece com frequência, mas que possui uma enorme importância para o nosso amadurecimento pessoal e intelectual.
No entanto, penso que é errado defender que qualquer leitura, seja ela qual for, é fonte de pensamento e enriquece o mundo interior. Um mau livro pode até ser fonte de “embrutecimento” de uma pessoa e gerar superficialidade na sua visão da realidade.
No campo da leitura, a selecção é absolutamente imprescindível. A selecção é necessária para que a leitura seja útil, e o trabalho que ela pressupõe é largamente recompensado pelos frutos que depois se recolhem dessa leitura.
Procuremos adquirir bons livros (pedindo conselho a quem nos possa orientar) e não tenhamos nenhum falso pudor em recomendar com entusiasmo a sua leitura. Os bons livros estão chamados a fazer um grande bem. Não os recomendar seria uma grave omissão na formação, sobretudo dos mais novos.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
Doutor em Teologia