Família e Fé

Fidelidade

Recentemente, houve uma sondagem num país europeu sobre a questão da fidelidade matrimonial. De acordo com os resultados, 35 por cento dos homens e 26 por cento das mulheres reconheceram ter sido infiéis ao menos em alguma ocasião ao seu cônjuge.

A sondagem terminava dizendo que a fidelidade no matrimónio parece ter os dias contados.

Serão estes dados fidedignos?

Não sei!

Mas o que parece claro é que muitas pessoas deixaram de acreditar na fidelidade até ao fim. Não deixou de ser considerada um ideal grande, mas para muitos passou a estar reservada a seres extraterrestres, super-homens ou supermulheres.

É possível, hoje em dia, propor este ideal a pessoas “normais”?

É claro que sim!

Não só é possível, como continua a ser essencial a presença da fidelidade para que o amor matrimonial cumpra a sua grande vocação de ser, de verdade, “para sempre”.

Ser fiel é a resposta que cada um de nós está chamado a dar diariamente à realidade mais grandiosa da nossa vida: o Amor de Deus por nós.

Deus é sempre fiel. «Ele está sempre presente junto ao Seu povo para o salvar», diz-nos, com frequência, a Sagrada Escritura. A nossa fidelidade apoia-se na fidelidade de Deus.

Como diz São Paulo aos cristãos de Tessalónica, «Deus é fiel: Ele vos manterá firmes e vos guardará do maligno» (2 Tes 3, 3).

A nossa vida não é um “mar de rosas”. Também não é um “vale de lágrimas”. Deus conta com as normais dificuldades como parte integrante de todo o caminho de fidelidade. As dificuldades têm a utilidade de fazer amadurecer a nossa fidelidade.

Quando a decisão de sermos fiéis é firme, indiscutível e inegociável (também no mundo da imaginação), as dificuldades têm os dias contados e são superadas com alegria.

Porque existe, na entrega e na doação, uma alegria genuína que a mentalidade mundana não consegue compreender.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria 

              Doutor em Teologia

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