Padroeiro “acolhe” fiéis em Coloane
São quatro dias de oração, contemplação e depuração espiritual. Entre o final da tarde de 30 de Abril e a manhã de 3 de Maio, a Vila São José, em Coloane, acolhe um retiro espiritual em língua inglesa direccionado para todos quantos vêem no trabalho um caminho para a santificação. Promovido pela Prelatura do Opus Dei em Macau, o retiro tem como ponto de partida uma passagem do Evangelho de São João – “O Espírito sopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem” – e o propósito de oferecer aos participantes uma experiência de maior proximidade com Deus. «Este ano, as nossas meditações estarão alicerçadas sobretudo no Evangelho de São João. Devo dizer, no entanto, que o resultado deste processo vai depender de cada um dos participantes. Como nos diz o Evangelho da última terça-feira, “O Espírito sopra onde quer” (João 3:8). Não somos produzidos em massa, fomos criados individualmente e Deus tem diferentes planos para cada um de nós», explica o padre José Mario Mandía, que vai orientar o retiro de três dias. «Cada um de nós tem de descobrir a mensagem que Deus lhe reserva. Se houver qualquer espécie de mensagem comum que possa ser direccionada aos que vão participar no retiro, talvez possa ser resumida em três questões: “De onde vim?”, “Onde estou agora?” e “Para onde quero ir?”», acrescenta o capelão da Prelatura do Opus Dei em Macau.
A iniciativa, pensada para profissionais de vários sectores, deverá reunir na Vila São José entre uma dezena e uma dezena e meia de participantes, e constitui – refere o padre Mandía – uma oportunidade para um exame de consciência e um convite para que as pessoas corrijam, se necessário, o rumo que estão a dar à vida. «Um retiro é um período de oração pessoal, um convite a que cada um faça uma análise da sua vida espiritual, como quando o capitão de um navio pára para fazer um ponto de situação e para alterar a sua rota, se necessário for», ilustra o sacerdote filipino. «A Prelatura do Opus Dei organiza vários retiros ao longo do ano em diferentes línguas e também para diferentes tipos de fiéis: retiros para quem trabalha, para quem já se reformou, para jovens, para homens e para mulheres. As actividades, no âmbito do retiro, abrangem momentos de contemplação, a Sagrada Eucaristia, confissões, orientação espiritual individualizada, palestras. Mas grande parte do tempo está reservada para momentos de oração pessoal», adianta ainda.
Numerário do Opus Dei, o arquitecto Francisco Vizeu Pinheiro já confirmou a participação no retiro, uma iniciativa que compara a uma necessária afinação espiritual. «O retiro começa no dia 30, à noite, e termina no dia 3 de Maio, antes do almoço. São praticamente dois dias inteiros e dois meios dias», sublinha. «Fazendo um ponto de comparação com as revisões dos automóveis, é importante ver como é que o carro está em termos de óleo, de motor, como é que estão os pneus. O retiro é um tempo parta pensarmos em nós próprios e em Deus e na relação que mantemos com o próximo, porque normalmente as pessoas não têm tempo para isso», complementa o também docente da Universidade de São José.
A comparação é subscrita pelo padre José Mario Mandía. O orientador espiritual do retiro considera que só o facto de alguém abrir mão das suas actividades quotidianas é já uma decisão que o deixa um passo mais perto de Deus. «O mero facto de que alguém decidiu passar estes três dias longe dos seus afazeres habituais para participar num diálogo franco com o seu Criador é já um passo importante que o deixa mais perto de Deus», remata.
Marco Carvalho