Papa denuncia «tragédia mundial» do desemprego
O Papa denunciou na passada quarta-feira, no Vaticano, o que denominou de «tragédia mundial» do desemprego, ao assinalar o Dia do Trabalhador, em que a Igreja Católica evoca a figura de São José Operário.
«Que a figura do humilde trabalhador de Nazaré nos oriente sempre para Cristo, sustente o sacrifício daqueles que praticam o bem neste mundo e interceda por aqueles que perderam o seu emprego ou não conseguem encontrá-lo. Rezemos especialmente pelos que não têm trabalho, uma tragédia mundial destes tempos», declarou, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.
O Papa Francisco prosseguiu o seu ciclo de reflexões sobre o Pai-Nosso, falando em particular de uma das invocações finais da oração, “não nos deixeis cair em tentação”.
O Pontífice sublinhou a necessidade de deixar claro, nas várias traduções, que Deus não é «o protagonista das tentações que se abatem sobre o caminho do ser humano», algo que estaria longe dos ensinamentos do próprio Jesus Cristo.
“DIGITALIZAÇÃO” IGUAL A DESEMPREGO
O Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos (MMTC) alertou na sua mensagem para o 1.º de Maio para as consequências negativas da “digitalização” do mundo laboral, com consequências de desemprego e precariedade.
“A digitalização da economia está a criar condições precárias de trabalho em todo o mundo. Por outro lado, sessenta por cento das pessoas trabalham no sector informal: sem segurança social, sem direitos trabalhistas e salários baixos”, refere o texto divulgado pela organização, este ano redigido pelos trabalhadores católicos da Alemanha.
A mensagem sublinha que o trabalho é um elemento “indispensável da dignidade humana”, denunciando que “milhões de pessoas não têm trabalho para se alimentar a si e às suas famílias”.
“A mecanização, automatização e digitalização não devem levar à exclusão de milhões de pessoas”, adverte o MMTC.
A organização aponta ainda o dedo à exploração dos recursos naturais, que consideram “causa danos irreparáveis e condições de trabalho desumanas”.
“As empresas que operam globalmente devem estar legalmente obrigadas pelos Governos a aplicar os direitos laborais e os padrões de salário mínimo nas suas cadeias de produção”, acrescenta o texto.
In ECCLESIA