COVID-19: ÍNDIA “PORTUGUESA” VIVE DIFERENTES REALIDADES

COVID-19: ÍNDIA “PORTUGUESA” VIVE DIFERENTES REALIDADES

Goa é excepção num país em roda livre

A Índia aproxima-se, a passos largos, do primeiro lugar dos países com mais mortes por Covid-19. O CLARIM foi procurar saber qual a situação nas antigas possessões portuguesas de Goa, Damão e Diu. Do pouco que conseguimos apurar, podemos apenas assegurar que até há poucos dias viviam diferentes realidades.

Nos últimos dias, a Índia tem sido notícia pelas piores razões, no âmbito da pandemia de Covid-19.

Segundo os dados oficiais divulgados pelas autoridades de Nova Deli, o País tem batido todos os recordes, sendo já a segunda nação do mundo com mais infectados, depois dos Estados Unidos, e a terceira com o maior registo de mortes, depois dos Estados Unidos e do Brasil.

Dado que historicamente Macau tem fortes ligações à Índia, nomeadamente às antigas colónias portuguesas de Goa, Damão e Diu, O CLARIMfalou com dois portugueses que vivem em Macau, mas são descendentes de antigas gentes de Goa e Damão.

Sobre a situação em Goa, o fotojornalista Oswald Vas disse que «o Estado de Goa aparenta estar bem melhor do que o resto da Índia». Comparativamente com outros Estados, o número de mortos é baixo, assim como o número de infectados ainda se encontra num intervalo fácil de controlar.

Oswald Vas admitiu que «os hospitais não estão preparados caso haja uma subida vertiginosa do número de mortos e infectados», o que muito provavelmente poderá vir a acontecer, uma vez que «dentro de dias há eleições no Estado de Goa e a actual coligação no poder procura tudo fazer para não dificultar a vida da população» e assim não perder votos para a oposição.

Já a situação em Damão e Diu, que integram o Estado de Gujarate, é bem pior, como nos contou Elias Colaço, muito por força de se tratar de duas pequenas cidades sem infraestruturas capazes de fazer frente à pandemia. Segundo o empresário, a alternativa é encaminhar os doentes para outros Estados, com a agravante de muitos deles estarem numa situação bem pior.

«Neste momento, ninguém entra e sai de Damão e Diu, à excepção dos naturais que ali residem ou trabalham a tempo inteiro», explicou Elias Colaço.

Como é de calcular, os serviços religiosos estão reduzidos ao estritamente necessário, muito à semelhança do que aconteceu em Macau, aquando do início da pandemia.

A todos os indianos, independentemente da sua origem, O CLARIM envia um abraço fraterno e solidário.

José Miguel Encarnação

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