UNIVERSIDADE DE SÃO JOSÉ recruta trinta alunos na China continental

UNIVERSIDADE DE SÃO JOSÉ recruta trinta alunos na China continental

A partir de Setembro, a Universidade de São José vai poder contar com mais trinta alunos provenientes da China continental, que assim se juntam aos quatro já recrutados no semestre passado. Os mais de quatrocentos alunos que este ano concluíram o seu percurso académico na instituição ficaram sem cerimónia de entrega de diplomas em resultado do actual surto de Covid-19.

Para 427 alunos que frequentaram no último ano lectivo a Universidade de São José (USJ), o final do percurso académico teve um sabor agridoce. O surto de Covid-19 que desde meados de Junho mantém fechadas as igrejas de Macau e as autoridades locais em alerta máximo já não afectou as aulas e os exames na instituição de Ensino Superior, mas obrigou os responsáveis da USJ a suspender todas as actividades presenciais e a adiar a tradicional cerimónia de entrega de diplomas.

Agora, os 427 novos licenciados irão deparar-se com um mercado de trabalho cada vez mais exigente. Os cursos leccionados pela USJ, garante o reitor Stephen Morgan, sempre proporcionaram elevadas garantias de empregabilidade, mas a crise económica associada às medidas de contenção da pandemia veio baralhar as contas a quem se prepara para iniciar o seu percurso profissional. «O mercado de trabalho em Macau é, actualmente, extremamente difícil, o que não constitui surpresa nenhuma, dado os dois anos e meio de medidas de controlo da pandemia e o actual surto de Covid-19», refere o reitor da USJ. «Nos anos anteriores, vimos que cerca de oitenta por cento dos alunos que se formaram conseguiram encontrar emprego em menos de seis meses. Talvez dois terços dos restantes optaram por dar continuidade aos estudos. Os nossos programas de estágio são um dos factores que contribuem para a elevada proporção dos licenciados que encontram emprego. Só por altura do Natal é que devemos conseguir perceber que sorte terão os alunos que se formaram este ano, mas são muitos, os empregadores de Macau, que me dizem que os funcionários que se formaram na Universidade de São José estão entre os melhor preparados para vingar no local de trabalho», assegura o dirigente.

Dada a actual conjuntura económica, Stephen Morgan não exclui a possibilidade de que o número de alunos interessados em dar sequência à sua formação académica possa vir a disparar. Em cada leva de formados, há sempre um pequeno número que se mostra interessado em prosseguir uma carreira académica e a incerteza associada ao Covid-19 pode ter acentuado essa tendência. O também diácono espera que os cursos de Mestrado e de Doutoramento possam despertar mais interesse e maior procura. Nos programas de Licenciatura e de Pós-Graduação os números deverão manter-se próximos dos registados no último ano lectivo. «Temos sempre um certo número de estudantes de licenciatura que decidem depois tirar mestrado, e de Mestres avançam para o doutoramento. Este ano não é diferente. Para além disso, um ou dois dos alunos que concluíram o doutoramento juntaram-se ao corpo docente da Universidade», sublinha Stephen Morgan, acrescentando: «No próximo ano lectivo espero que a Universidade de São José possa recrutar um maior número de estudantes ao nível dos mestrados e dos doutoramentos. No que diz respeito às licenciaturas e às pós-graduações, o número de inscritos deverá ser similar ao registado no ano passado».

O ano lectivo de 2022/2023 deverá ser mais de consolidação, do que propriamente de inovação. Depois de em Setembro de 2021 ter obtido autorização do Ministério da Educação da China para recrutar alunos do outro lado das Portas do Cerco, a USJ prepara-se para prestar contas às autoridades locais, ao fim de um longo processo obrigatório de revisão dos seus programas académicos. Stephen Morgan reserva eventuais novidades para Setembro de 2023: «Estamos actualmente a passar por um processo obrigatório de revisão e reapreciação dos nossos programas. A Lei do Ensino Superior exige que todas as Universidades em Macau se submetam a isto e este é um processo que demora o seu tempo. Espero que isto possa significar que, lá para Setembro de 2023, metade dos programas que actualmente oferecemos deverão ser substancialmente diferentes. Devemos ainda disponibilizar talvez três ou quatro novos programas académicos».

A USJ inscreveu no semestre passado os primeiros alunos da China continental para os programas de pós-graduação em Arquitectura, Administração Empresarial e Sistemas de Informação e Ciências. A partir de Setembro vai poder contar com mais trinta alunos do Continente. Mais do que o número, o reitor da USJ acentua a qualidade dos alunos recrutados, uma faceta que constitui uma mais valia para a própria Universidade: «Já preenchemos a nossa quota para o próximo ano e poderíamos tê-la preenchido facilmente umas cinco ou seis vezes. A qualidade dos trinta alunos que se vão juntar a nós em Setembro é, de facto, muito elevada e eu sei que eles vão exercer uma influência positiva e que não é, propriamente, proporcional em termos quantitativos. Os quatro alunos que se juntaram a nós a meio do ano lectivo passado já estão a ter impacto: é uma alegria ensiná-los e eles participam na vida académica com grande entusiasmo».

Marco Carvalho

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