Mais regulamentação e monitorização.
Yeung Tak Kuong é taxista há cerca de vinte anos. Herdou a profissão da mãe. Wong-yat Ping está na indústria há vinte e quatro anos. Ambos são dirigentes da Associação dos Profissionais e Operadores de Táxis de Macau (APOTM). Assumem-se como taxistas honestos.
A’O CLARIM apontaram os problemas que afectam a indústria e avançaram com soluções, entre as quais a monitorização de todos os táxis pelo sistema GPS.
Yeung Tak Kuong não é indiferente às fortes críticas que o sector tem recebido da sociedade. «Quando vejo esta situação fico com o coração destroçado. Antes, os taxistas cobravam apenas conforme a corrida. Se era dezassete patacas, era dezassete. Mas agora os taxistas mais jovens, os que estão há menos tempo nesta indústria, escolhem os clientes, os que vão para mais longe, podendo fazer assim mais dinheiro», descreveu o presidente da APOTM.
No seu entender, «os principais problemas» para os taxistas advêm da «grande quebra de clientes» e dos «elevados custos de manutenção» dos veículos, resultando esta combinação de factores «num rendimento mensal a rondar as dez mil» ou as quinze mil patacas, algo que «é manifestamente pouco» nos dias que correm.
Para ele, «a única solução é aumentar a bandeirada», embora saiba que tal será improvável de acontecer nos próximos tempos, pois «há muitas opiniões na sociedade». «É muito difícil aguentar os custos», desabafou.
Apaixonado pelo trabalho, Wong-yat Ping apontou baterias à passividade do Governo em relação aos problemas que atingem o sector. «Há cerca de dez anos observei que o Governo tratou esta indústria injustamente, não se focando nos problemas que existem dentro dela. As normas relativas aos táxis já estão desactualizadas», sublinhou o vice-presidente da APOTM.
Admitindo que há ovelhas negras que dão mau nome ao sector, Wong-yat Ping instou o Governo a criar um mecanismo de monitorização capaz de dar resposta ao problema em tempo útil. «Porque é que o Governo não pega no exemplo da Uber e muda um pouco as normas legais para a indústria dos táxis?», atirou, acrescentando que «a melhor solução é o Governo disponibilizar uma determinada quantia em dinheiro para desenvolver o sistema de chamadas, incluindo também a adopção obrigatória do sistema GPS, que ajudaria a saber onde estão os táxis». Quanto à entidade responsável por fazer a monitorização do sistema GPS, Wong-yat Ping não teve dúvidas em afirmar: «Deve ser o Governo».
PEDRO DANIEL OLIVEIRA
com Jasmin Yiu