CAMPEÃO DE FÓRMULA 3 DA FIA QUER DESTRONAR DAN TICKUM.
Uma temporada a todos os níveis excepcional faz do russo Robert Shwartzman um dos principais candidatos ao triunfo na edição de 2019 da Taça do Mundo de Fórmula 3. O piloto da Prema Theodore Racing, que venceu a edição inaugural do Campeonato de Fórmula 3 da FIA, não está sozinho na corrida. O vencedor das duas últimas edições da prova, Dan Tickum, quer juntar aos triunfos uma inédita terceira vitória na Guia.
Nas curvas e contra-curvas do Circuito da Guia, Robert Shwartzman sabe o que quer e também ao que vem. O piloto russo, que triunfou na edição inaugural do novíssimo Campeonato de Fórmula 3 da FIA aos comandos de um monolugar da Prema Racing, quer fazer culminar um ano em cheio com a conquista, nos seis mil e 200 metros da Guia, da Taça do Mundo de Fórmula 3.
Shwartzman é um dos três pilotos que a “scuderia” italiana traz ao traçado do território. A exemplo do que sucede desde há seis anos, a Prema apresenta-se uma vez mais em Macau com o nome de Prema Theodore Racing e com o apoio da Sociedade de Jogos de Macau (SJM). No início da semana, na apresentação do alinhamento da equipa para a edição deste ano, o vencedor de 2019 do Campeonato de Fórmula 3 da FIA não escondeu o desejo de juntar o nome a uma lista de vencedores do Grande Prémio de Macau onde constam pilotos míticos do automobilismo, como Ayrton Senna, Michael Schumacher ou David Coulthard. «É fabuloso estar de regresso a Macau em representação da SJM Prema Theodore Racing. Consegui resultados fantásticos este ano e chego a Macau na qualidade de vencedor do Campeonato de Fórmula 3 da FIA», disse o piloto russo. «O Grande Prémio de Macau é um dos meus eventos preferidos e mal posso esperar para voltar à pista. Quero agradecer o apoio que a equipa me tem dado e tenho confiança na obtenção de um bom resultado. Seria um sonho poder juntar o meu nome a uma lista de vencedores que conta com alguns pilotos incríveis», afirmou Robert Shwartzman.
O piloto, de vinte anos de idade, não terá no entanto tarefa fácil, sendo que a concorrência até poderá vir do seio da própria Theodore Racing.
A equipa, que procura o terceiro triunfo em Macau desde que a parceria com a Prema foi lançada em 2013, vai alinhar ainda com o dinamarquês Frederik Vesti – que substituiu o indiano Jehan Daruvala – e com o neo-zelandês Marcus Armstrong, vice-campeão nas contas do Campeonato de Fórmula 3 da FIA, atrás de Shwartzman. «É a segunda vez que corro em Macau e estamos todos empenhados em conseguir um desempenho melhor do que aquele que alcançámos em 2018. Fiz uma boa época na Fórmula 3, tendo terminado como vice-campeão e o meu objectivo agora é o de vencer uma corrida na qual todos os pilotos querem triunfar», explicou Armstrong.
O principal adversário de Shwartzman no embate pelo título poderá ser o vencedor das duas últimas edições da Taça do Mundo de Fórmula 3. O britânico Dan Ticktum vai tentar acrescentar aos triunfos que alcançou em 2017 e em 2018 uma inédita terceira vitória aos comandos de um monolugar no Circuito da Guia. O piloto, também com vinte anos de idade, apresenta-se em Macau com a Carlin Buzz Racing, ao lado dos estreantes Logan Sargeant e Felipe Drugovich.
De regresso à Guia está também Callum Illot. O piloto britânico alinhou em 2019 na Fórmula 2 e compete no território ao comando de um monolugar da Sauber Junior Team by Charouz. Ao lado de Illot estará David Schumacher, filho do vencedor da edição de 1995 da Taça Intercontinental de Fórmula 3, Ralf Schumacher. David será o quarto elemento do clã Schumacher a competir no evento.
Um outro nome com história no mundo do automobilismo estará na grelha de partida para a prova do próximo Domingo. Enzo Fittipaldi, neto do bicampeão mundial de Fórmula 1 Emerson Fittipaldi, também faz a sua estreia no evento.
Santos de casa à espera de milagres
Charles Leong Hon Chio, na Taça do Mundo de Fórmula 3, e Billy Lo Kai Fung, na Corrida da Guia, são as excepções. Actualmente, os pilotos locais parecem estar a perder fulgor pela permanência nas provas de maior cartaz do Grande Prémio de Macau e dos seis nomes que há um ano disputaram a etapa local da Taça do Mundo de Carros de Turismo, apenas Billy Lo insiste em disputar a competição ao mais alto nível.
Os demais – Kevin Tse, Mak Ka Lok, Rui Valente, Filipe Clemente de Souza, Célio Alves Dias ou Eurico de Jesus – dividem-se este ano pelas duas corridas de suporte do Grande Prémio: a Taça GT da Grande Baía e a Taça de Carros de Turismo de Macau.
Depois do ano passado ter celebrado trinta anos de carreira com a estreia na Taça do Mundo de Carros de Turismo, Rui Valente regressa a uma prova que conhece bem, a Taça de Carros de Turismo de Macau. A competição é disputada por 26 pilotos locais, mas poucos serão os que possuem a experiência do veterano piloto. Rui Valente, que se volta a fazer à estrada ao volante de um Mini Cooper S, quer fazer culminar «um ano positivo» com a melhor prestação de sempre nos mais de seis mil e 200 metros do Circuito da Guia. «Este ano foi positivo, depois de ter conseguido subir ao pódio nas várias corridas que efectuei na República Popular da China. O objectivo será fazer a melhor prestação de sempre, depois de ter ficado em segundo no ano em que competi na Guia pela primeira vez», disse em declarações a’O CLARIM.
Poucos portugueses, ambições moderadas
A 66ª edição do Grande Prémio de Macau conta com a participação dos portugueses Tiago Monteiro e André Pires. O piloto portuense volta a participar na Corrida da Guia, penúltima etapa da Taça do Mundo de Carros de Turismo, depois de dois anos de ausência.
Monteiro, primeiro português a vencer a prova, em 2016, não participou nas últimas duas edições do certame por se encontrar a recuperar de um grave acidente sofrido numa sessão de treinos em Barcelona. No regresso a Macau, o piloto da KCMG, que vai competir ao volante de um Honda Civic TCR, quer dar continuidade às boas prestações alcançadas no Japão, mas está ciente de que em Macau não basta ser rápido. «Sei que numa pista como esta, onde são muito poucos os pontos de ultrapassagem, a rapidez em corrida pode não significar muito. Isto obriga a ser rápido, sobretudo na qualificação. Estamos cientes que conseguimos ser rápidos com piso molhado e seco, por isso é manter o foco e dar seguimento ao trabalho em pista», diz Monteiro, citado por um comunicado distribuído pela sua assessoria de imprensa.
De regresso está também André Pires. O piloto transmontano vai disputar a 53ª edição do Grande Prémio de Motos de Macau depois de há um ano ter terminado a no 19º lugar. Pires compete desta vez com uma nova mota, esperando ficar entre os quinze primeiros. «Se conseguisse ficar no top-15 seria óptimo. Seria óptimo conseguir ficar ao nível dos pilotos ingleses. Esta é a minha primeira corrida este ano de ‘road racing’, as corridas de estrada. Eles estão batidos nisto. Fazem o campeonato inglês e por isso – para mim – também acaba por ser uma adaptação. Mas vou tentar», afimou o piloto português a’O CLARIM.
Marco Carvalho